A formação de um ciclone extratropical na costa da Região Sul do Brasil acendeu o alerta em diversas cidades e trouxe à tona uma dúvida comum: qual a diferença entre ciclone, tufão e furacão? Embora os nomes mudem, a verdade é que todos se referem ao mesmo fenômeno meteorológico. A única distinção real entre eles é o local onde se formam no globo.

Essas poderosas tempestades giratórias, conhecidas cientificamente como ciclones tropicais, recebem nomes diferentes dependendo da bacia oceânica. O que chamamos de furacão no Oceano Atlântico e no nordeste do Pacífico é chamado de tufão no noroeste do Pacífico. Já no sul do Pacífico e no Oceano Índico, o termo correto é ciclone. Portanto, a nomenclatura é uma questão de geografia, não de intensidade ou natureza.

Onde o fenômeno acontece é o que define o nome

Para entender de forma simples, basta associar cada nome a uma região específica do planeta. Essa convenção ajuda meteorologistas e o público a identificar rapidamente a origem de uma tempestade, facilitando a comunicação e a emissão de alertas. Todos nascem de um sistema de baixa pressão atmosférica com ventos fortes que giram em espiral.

A distribuição geográfica dos nomes é a seguinte:

  • Furacão: Ocorre no Oceano Atlântico Norte, no Mar do Caribe, no Golfo do México e no nordeste do Oceano Pacífico.

  • Tufão: Forma-se no noroeste do Oceano Pacífico, afetando principalmente países da Ásia, como Japão, China e Filipinas.

  • Ciclone: É o termo usado para tempestades que surgem no sul do Oceano Pacífico e no Oceano Índico, impactando regiões como Austrália, Índia e a costa leste da África.

Como nascem e se fortalecem essas tempestades

A formação de um ciclone tropical depende de uma combinação de fatores específicos. O principal ingrediente é a água do oceano aquecida, com temperatura de pelo menos 26,5°C, que se estende por uma profundidade de cerca de 50 metros. Essa água quente evapora e transfere calor e umidade para a atmosfera.

Esse ar quente e úmido sobe, criando uma área de menor pressão perto da superfície. O ar de áreas vizinhas, com maior pressão, é puxado para esse centro de baixa pressão. Por causa da rotação da Terra, esse ar não se move em linha reta, mas começa a girar, formando a característica espiral da tempestade.

Enquanto a tempestade se mantiver sobre águas quentes, ela continuará a se alimentar de calor e umidade, podendo ganhar força e aumentar a velocidade de seus ventos. Quando atinge a terra firme, ela perde sua fonte de energia e começa a enfraquecer gradualmente, embora ainda possa causar chuvas intensas e ventos fortes.

A escala que mede a força dos ventos

Para classificar a intensidade dos furacões, meteorologistas utilizam a Escala de Ventos de Furacões Saffir-Simpson. Essa escala vai da Categoria 1 (mais fraca) à Categoria 5 (mais forte) e se baseia unicamente na velocidade sustentada dos ventos. Tempestades com ventos abaixo de 119 km/h são classificadas como tempestades tropicais e não recebem uma categoria na escala.

A classificação funciona da seguinte maneira:

  • Categoria 1: Ventos de 119 a 153 km/h. Causa danos em telhados, galhos de árvores e linhas de energia.

  • Categoria 2: Ventos de 154 a 177 km/h. Pode arrancar telhados e causar danos estruturais em casas bem construídas.

  • Categoria 3: Ventos de 178 a 208 km/h. Considerado um grande furacão, capaz de remover telhados e paredes, além de arrancar árvores pela raiz.

  • Categoria 4: Ventos de 209 a 251 km/h. Provoca danos catastróficos, com destruição de grande parte dos telhados e paredes externas de residências.

  • Categoria 5: Ventos acima de 252 km/h. A categoria mais alta, causa destruição total de casas e colapso de edifícios.

Como EUA e Japão se preparam para o impacto

Países frequentemente atingidos por essas tempestades desenvolveram sistemas de alerta sofisticados. Nos Estados Unidos, o National Hurricane Center (NHC) é responsável por monitorar o Atlântico e o Pacífico Nordeste. O órgão emite "vigilâncias" (watches) quando as condições de furacão são possíveis em até 48 horas e "avisos" (warnings) quando são esperadas em 36 horas, dando tempo para a população se preparar ou evacuar.

No Japão, a Agência Meteorológica do Japão (JMA) utiliza um sistema de alerta com cores e níveis para tufões. Os alertas progridem de amarelo (atenção) para vermelho (aviso de evacuação) e roxo (ordem de evacuação imediata para áreas de alto risco). Esses avisos são amplamente divulgados pela mídia e por sistemas de alerta em celulares, garantindo que a informação chegue rapidamente à população.

Qual é a diferença fundamental entre ciclone, furacão e tufão?

A única diferença é a localização geográfica onde o fenômeno se forma.

São todos o mesmo tipo de tempestade, tecnicamente chamada de ciclone tropical.

Todos os ciclones são perigosos como os furacões?

Não necessariamente. O termo "ciclone" é genérico. O ciclone que atinge o Sul do Brasil, por exemplo, é o extratropical.

Ele se forma fora dos trópicos e tem características diferentes, como nascer do contraste entre massas de ar quente e frio.

Como a força de um furacão é medida?

A intensidade de um furacão é medida pela Escala Saffir-Simpson, que se baseia na velocidade dos ventos.

A escala vai da Categoria 1, a mais fraca, até a Categoria 5, a mais devastadora.

O que significa um furacão de Categoria 5?

Significa que a tempestade atingiu o nível máximo de força, com ventos sustentados acima de 252 km/h.

Um furacão dessa magnitude pode causar destruição catastrófica em áreas habitadas.

O Brasil pode ter furacões?

É extremamente raro, pois as águas do Atlântico Sul geralmente não são quentes o suficiente para formar esse tipo de tempestade.

O único registro oficial foi o furacão Catarina, que atingiu Santa Catarina e o Rio Grande do Sul em 2004 como Categoria 1.

Como funcionam os sistemas de alerta em outros países?

Países como EUA e Japão possuem sistemas robustos. Nos EUA, o NHC emite alertas com antecedência de 36 a 48 horas.

O Japão usa um sistema de cores que indica o nível de perigo e a necessidade de evacuação.

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