Jornal Estado de Minas

Reunião familiar fechou o meu ano com alegria

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Há anos e anos que não tenho um fim de ano tão ligado à família. A comemoração começou dias antes da noite de Natal, quando chegaram do Rio meu sobrinho e a mulher. Ele faz tratamento com hemodiálise e José Salvador, do Hospital Mater Dei, criou para ele um espaço especial, em apartamento, foi um luxo. O tratamento dura quatro horas – no Rio, é feito sentado, uma canseira só. Foi tratado a pão de ló, tirou várias fotos da aparelhagem do Mater Dei, que é supermoderna, para mostrar no hospital carioca onde se trata.


 
A ceia da noite natalina foi só para a família, sobrinhos, sobrinhos-netos, duas irmãs. Presentes cerca de 60 pessoas – uma glória que, dá para prever, não vai se repetir tão cedo. Isso porque sobrinhos que moram em Taubaté vieram, assim como os que moram na Finlândia, o que não acontece em todas as famílias. Muitos custaram a se acostumar com os primos, porque de tanto que a vida moderna afasta a todos, alguns nem se lembravam mais dos parentes mineiros. Outro lance completamente de fim de ano foi a comilança. Em casa de uma pessoa só, como eu vivo, o que se prepara são porções mínimas, para não sobrar nada. Como a média diária à mesa era de dez pessoas, as empregadas tiveram de se virar para conseguir alimentar a todos, na medida do apetite para comida mineira.
 
Sucesso total da mesa natalina foi o leitão à Bairrada, que encomendei ao Pedro Leitão, e depois, no dia seguinte, a galinha ao molho pardo. No fim da refeição, só sobraram alguns ossos de cinco galinhas gordas. Dá gosto ver o apetite alheio, principalmente eu, que cada vez como menos. Estou na fase da idade em que alimento é apenas para sobrevivência, e olhe lá. Outra atração é que estamos em plena temporada de lichias e a frutinha chinesa apaixona a todos. Quem não conhecia não teve dúvidas de passar o tempo descascando a bichinha.
 
A maior novidade do encontro familiar foi, sem dúvida, meu sobrinho-neto chegar com a mulher e o filho diretamente da Finlândia. A mulher não fala português, só um pouco de inglês, a sua língua natal e ponto. Mas o filho, que tem apenas 3 anos, é um fenômeno de adaptação e inteligência. Como o pai só conversa com ele em português, o menino traça muito bem a nossa língua, só mistura com a sua quando fica muito agitado e quer comunicar algo muito urgente. Ensinei-lhe a chamar todo mundo de “pateta” e ele adorou. Todos viraram patetas, e só espero uma coisa: que não se esqueça da palavra quando voltar para Helsinque.


 
Graça das graças: na Finlândia, quando as crianças são levadas pelos pais para almoçar fora, são deixadas nos carrinhos, fora do restaurante, onde se acomodam e dormem numa boa. Lá em casa foi igual. Quando o almoço acabou, Teo não quis outra coisa a não ser deitar em seu carrinho, colocado na varanda. Ele se acomodou muito bem e dormiu melhor ainda. É claro que nunca irei à Finlândia – mas também, claro, nunca vou esquecer a figura do menino, lindo, dormindo no carrinho.
 
Aproveitei a temporada familiar como das mais importantes da minha vida – com a convicção de que dificilmente ela se repetirá.  Dias de alegria que vão ser levados até onde for possível neste ano que está começando. Se for me basear na temporada que passei, com muitas alegrias e comemorações.