Ainda sob a desconfiança do mercado em relação à responsabilidade fiscal do novo governo, o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, afirmou, ontem, ser uma pessoa que defende muito a estabilidade econômica.
“Eu sou uma pessoa que defende muito a estabilidade econômica. Eu quero seriedade fiscal, mas eu quero seriedade política, quero seriedade social. Porque é verdade que temos muitas dívidas para pagar, mas a dívida impagável há cinco séculos é a dívida social com o povo brasileiro”, declarou o presidente da República, no Palácio do Planalto.
Lula voltou a prometer acabar com a fome do país e fazer o reajuste real do salário mínimo, ou seja, acima da inflação, embora tenha feito questão de ressaltar que será difícil.
Melhor mudar de assunto, porque tem notícia quente. A Polícia Federal (PF) pediu, também ontem, que o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes autorize a tomada de depoimento do presidente do PL, Valdemar Costa Neto.
Vamos aos fatos: o ministro quer saber direitinho quais são as declarações que teria dado sobre uma suposta destruição de propostas de teor golpista. A PF quer que ele esclareça as afirmações. Valdemar deu declarações recentes.
Para entender, Valdemar declarou que “tinha gente que colocava as propostas no meu bolso, dizendo que era como tirar o Lula do governo. Advogados me mandavam como fazer utilizando o artigo 142, mas tudo fora da lei. Tive o cuidado de triturar. Vi que não tinha condições, e o Bolsonaro não quis fazer nada fora da lei”, disse o presidente do PL.
As declarações do presidente do PL sobre a chamada “minuta do golpe” já são alvo também de um pedido de investigação apresentado ao Supremo Tribunal Federal pelo senador Fabiano Contarato (PT-ES).
O pedido foi encaminhado na segunda-feira à Procuradoria-Geral da República pela presidente da mais alta corte de Justiça do país, ministra Rosa Weber.
Já que tudo passa por Minas Gerais, tem notícia irritada que vem dos tucanos de Minas Gerais. Ontem, o deputado federal Paulo Abi-Ackel, presidente do partido no estado, afirmou que “não há razão lógica, e muito menos política”, para o PSDB deixar de apoiar a reeleição de Rodrigo Pacheco (PSD-MG), presidente do Senado desde 2021.
O texto pró-Pacheco é assinado, ainda, pelo deputado federal tucano Aécio Neves (PSDB-MG).
O decreto social
“Vocês vão ter que lutar muito, cobrar muito. Eu respeito tanto o aplauso quanto a vaia, porque tudo que sai da boca do povo, mesmo que palavrão, nós temos que respeitar. Só não podemos respeitar a ignorância dos fascistas que estão nas ruas, soltos e provocando as pessoas de bem”, disse Lula. O fato que interessa é que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou, ontem, decreto que cria o Conselho de Participação Social. Os conselhos são uma forma de participação popular no Poder Executivo e são compostos por representantes de organizações da sociedade civil e do governo.
Uma pura comoção
Muita emoção, gestos de amizade, de solidariedade e comoção marcaram ontem a despedida de Ilka Junho Anastasia, de 94 anos, mãe do ex-governador de Minas Gerais Antonio Anastasia (foto). Amigos e políticos de todos os partidos enfrentaram longa fila para dar um abraço em Anastasia, que estava o tempo todo muito comovido. O velório foi no Cemitério da Colina, pela manhã. Em sua última homenagem, o ex-governador de Minas e ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) destacou que “ela deixa-nos um legado de muito amor, dedicação à família e o verdadeiro exemplo de vida”.
Agradeceu o carinho
A cada um presente na cerimônia, Antonio Anastasia recebia palavras de muito carinho e respondia sempre emocionado. Vai deixar muita saudade. “O presidente do Tribunal de Contas da União, ministro Bruno Dantas, expressa, em nome de toda corte de Contas, pesar pelo falecimento da Sra. Ilka Junho Anastasia, mãe do ministro Antonio Anastasia, em Belo Horizonte (MG). O presidente e os demais integrantes da corte transmitem ao ministro Antonio Anastasia e a toda a família e amigos seus pêsames e solidariedade neste triste momento de luto.”
Pacheco e a reeleição
Às vésperas da eleição à presidência do Senado Federal, aliados do presidente Rodrigo Pacheco (PSD-MG) e do governo Lula (PT) que apoiam a reeleição do senador mineiro discutem a indicação dos postos para a cúpula da Casa. Caso vença a disputa contra o senador Rogério Marinho (PL-RN), ex– ministro de Jair Messias Bolsonaro (PL), Pacheco deve dar espaço na Mesa Diretora a partidos que integram a Esplanada do Executivo petista, como MDB e União Brasil. O PL, sigla de Bolsonaro, deve ser isolado sem ter representantes no comando do Senado.
Calma, tem mais
“Imunidade parlamentar é algo sagrado, ela não é absoluta, ela é relativa, ela não é um passaporte para a prática inveterada de crimes.” Começou assim o presidente do Senado Federal, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), que é candidato à reeleição. Ele afirmou ontem que a Casa não pode ser palco de revanchismo e que é necessário pacificar as relações com os poderes Judiciário e Executivo. Rodrigo Pacheco reforçou o compromisso em instalar a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar os atos golpistas de 8 de janeiro, “já que ficamos muito perto de uma ruptura”.
pingafogo
- O Ministério Público Federal (MPF) instaurou inquérito para apurar a responsabilidade cível do governo de Roraima, após as falas do governador do estado, Antônio Denarium, que declarou que os indígenas “têm que se aculturar e não podem mais ficar no meio da mata, parecendo bicho”.
- A afirmação ocorreu quando ele dava entrevista e como governador respondia sobre os projetos na Terra Indígena Yanomami. De acordo com o MPF de Roraima, as falas têm “potencial discriminatório”, conforme o artigo 20 da lei sobre crimes de preconceito de raça ou de cor.
- De acordo com o procurador Alisson Marugal, as declarações ofendem a imagem coletiva dos yanomami, rotulando–os como bichos, e expressam opinião depreciativa que implicaria que os indígenas não poderiam viver seu modo de vida tradicional.
- O médico brasileiro Jarbas Barbosa (foto) assumiu, ontem, com toda a pompa, o cargo de diretor da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), para mandato até 2028. Barbosa sucede a Carissa F. Etienne, da Dominica, que liderava a organização desde 2012.
- Jarbas Barbosa foi eleito pelos Estados-membros da Opas em setembro de 2022, durante a 30ª Conferência Sanitária Pan–Americana, nos Estados Unidos da América (EUA). Sendo assim, FIM!