Um clássico longe de BH, por questões financeiras. América e Cruzeiro escolheram o Mané Garrincha, em Brasília. Só que a expectativa de um grande público não se confirmou. Independentemente disso, os clubes mineiros tinham cota fixa para a partida. Estamos apenas no começo da temporada, mas o América está mais bem-arrumado que o adversário. Tem um time pronto há tempos, com um técnico que conhece o grupo. Já o time celeste está em recomposição, para entrar mais forte na série A. Mandou embora 22 atletas e contratou outros 14. Pezzolano estuda a melhor maneira de armar sua equipe. “Papai” Ronaldo estava no estádio. Ele sabe que a equipe precisa de mais peças importantes para fazer boa campanha. Ele vibrou quando Bruno Rodrigues faz um gol bonito. Porém, o Bandeira marcou impedimento, confirmado pelo VAR. Sim, este ano temos o dispositivo em todos os jogos do Mineiro.
O Cruzeiro começou melhor. Esse Pezzolano é um baita treinador. Sabe ajustar uma equipe com muita clareza e competência. É impressionante como o futebol brasileiro não se emenda. A cada falta marcada, próxima da área, os jogadores levavam quase dois minutos para bater. Muita conversa fiada e um árbitro inseguro. Uma bobeira na saída de bola de Rafael Cabral e a bola sobrou para Aloísio, que dominou e bateu para fora, perdendo grande chance. Os goleiros não trabalharam, os erros de passes foram gritantes e os ataques não funcionaram. É preciso relevar, pois é começo de temporada, mas confesso que esperava um pouco mais das duas equipes. O Cruzeiro ainda vai contratar para a disputa da Série A do Brasileirão, pois com apenas essa equipe não dá para brigar com seus pares. Ronaldo Fenômeno sabe disso, mas esbarra na falta de dinheiro, do próprio Mineirão, onde a torcida foi fundamental na temporada passada, tanto no número quanto no apoio ao time. A China Azul fez a diferença.
O segundo tempo começou com mais oportunidades e Wesley quase marcou, ao limpar a zaga e fuzilar rente a trave. O América deu o troco em bela jogada de Aloisio, mas ele foi egoísta e não tocou para os companheiros mais bem colocados. Parece que os dois treinadores deram um choque nas suas equipes no vestiário, pois os jogadores voltaram ligados e querendo jogo. Henrique Almeida, em chute cruzado, quase marcou. A monotonia do primeiro tempo deu lugar a uma grande movimentação. Ronaldo viu quando Wesley recebeu na esquerda e fuzilou, para grande defesa de Cavichiolli. Wesley passou da bola em cruzamento da direita e quase marcou. O jogo era ótimo, embora com muitas faltas e a insegurança do árbitro. O América havia feito três alterações, que melhoraram o desempenho da equipe. Nino Paraíba arriscou mais no ataque, com bons cruzamentos. O Cruzeiro explorava bem os contra-ataques.
Pezzolano resolver mexer, colocando o artilheiro Gilberto. Ramiro também entrou. O Cruzeiro criava mais chances. Mas quem abriu o placar foi o América, com Henrique Almeida. Ele recebeu na área, driblou o zagueiro e bateu cruzado, no cantinho. 1 a 0 Coelho! E o segundo gol não demorou. Bela jogada de Mateuzinho pela direita, cruzamento para Henrique fazer, de cabeça. Mas o árbitro foi chamado pelo VAR, que viu falta em Gilberto, na origem da jogada. O segundo gol americano, acabou anulado. Curioso que a falta foi na cara do árbitro e ele não deu. A arbitragem brasileira não assume nada e prefere se omitir, mesmo em lances absolutamente fáceis. O resultado confirmou aquilo que escrevi na minha coluna. O América tem mais time, mais grupo e um técnico que tem os jogadores nas mãos. Já o Cruzeiro vai precisar de muitos reforços se quiser fazer campanha digna na Série A do Brasileirão. Não adianta “tapar o sol com a peneira”, essa é a realidade do time azul. Até mesmo para a disputa do Campeonato Mineiro, as carências são visíveis.