Estado de Minas

A contribui��o de Belo Horizonte para a Copa do Mundo do Maracanazo

Depois de muito atraso nas obras, o Est�dio do Independ�ncia foi inaugurado com jogo do Mundial e viu o futuro carrasco brasileiro golear a Bol�via por 8 a 0


postado em 07/04/2018 07:58 / atualizado em 06/04/2018 17:59

 Iugoslávia e Suíça inauguraram o estádio do Horto, que recebeu três jogos da Copa do Mundo de 1950(foto: Arquivo EM - 25/6/1950)
Iugosl�via e Su��a inauguraram o est�dio do Horto, que recebeu tr�s jogos da Copa do Mundo de 1950 (foto: Arquivo EM - 25/6/1950)
A bola rolou pela primeira vez em Belo Horizonte para uma partida de Copa do Mundo em 25 de junho de 1950, mas os esfor�os para erguer o Independ�ncia, palco dos tr�s jogos mineiros no Mundial, iniciaram-se quase uma d�cada antes. Em 17 de julho de 1941, o Estado de Minas publicou o desenho do projeto do campo do Sete de Setembro, no Horto Florestal, em reportagem que tratava da campanha para obter fundos para a constru��o do est�dio – completamente diferente do que viria a ser o palco da Copa.

Cinco anos mais tarde, o prefeito Gumercindo Couto e Silva doou ao Sete o terreno para o campo, que passou por atrasos at� a inaugura��o. Em 1948, come�aram as obras de terraplanagem, mas, em mar�o de 1950, a quatro meses para o in�cio da Copa, a arquibancada ainda n�o estava pronta – principalmente a parte de concreto armado da ferradura.

“Amea�ada a realiza��o dos jogos da Copa do Mundo na capital”, era o destaque do EM em 13 de mar�o de 1950, cobrando dos mineiros mais empenho. Em 4 de junho, a 20 dias do Mundial, delegados da Fifa vistoriaram e aprovaram o Independ�ncia, o �ltimo dos seis est�dios a ficar pronto, �nico a ser inaugurado com uma partida de Copa do Mundo.

Com os algozes do Brasil, Ghiggia e Schiaffino, Uruguai goleou a Bolívia, por 8 a 0(foto: Eugênio Silva/O Cruzeiro/D.A. Press 2/7/1950)
Com os algozes do Brasil, Ghiggia e Schiaffino, Uruguai goleou a Bol�via, por 8 a 0 (foto: Eug�nio Silva/O Cruzeiro/D.A. Press 2/7/1950)
O Brasil havia acabado de passar da barreira dos 50 milh�es de habitantes quando foi confirmado, em 1948, como sede da quarta Copa do Mundo, a primeira desde a paralisa��o provocada pela Segunda Guerra Mundial. Treze sele��es participaram da competi��o, sendo seis europeias, cinco sul-americanas e duas norte-americanas. A tabela passou por altera��es at� que ficassem confirmadas as tr�s partidas no Independ�ncia: Iugosl�via x Su��a, Estados Unidos x Inglaterra e Uruguai x Bol�via.

Belo Horizonte era uma cidade de 350 mil habitantes e, embora j� experimentasse o crescimento a reboque da industrializa��o, ainda mantinha ares interioranos. Portanto, a chegada das delega��es estrangeiras gerou grande interesse dos moradores pela competi��o de futebol, que, � �poca, rivalizava com o boxe e o basquete na prefer�ncia dos belo-horizontinos.

Os primeiros a desembarcar na capital foram os iugoslavos, em 20 de junho, e se hospedaram no Grande Hotel, enquanto os su��os chegaram um dia depois e ficaram no Hotel Financial. Na semana que antecedeu a partida, passearam pela cidade e treinaram no Horto.
 
Favorita, a Iugosl�via goleou a Su��a por 3 a 0.  O jogo, al�m da festa na arquibancada, foi marcado pelas vaias ao t�cnico brasileiro Fl�vio Costa, que veio do Rio acompanhar a partida, v�lida pelo grupo do Brasil. Os mineiros estavam descontentes com o treinador por n�o valorizar os jogadores do estado – o �nico mineiro convocado foi Bigode, que defendia o Flamengo.

BH receberia mais duas partidas, sendo que a segunda � considerada uma das grandes zebras da hist�ria das Copas: em 29 de julho, os Estados Unidos venceram a Inglaterra por 1 a 0. Quatro dias depois, o Uruguai goleou a Bol�via por 8 a 0. A torcida mineira, mesmo impressionada com a exibi��o de Schiaffino, Ghiggia e companhia, nem imaginaria que duas semanas depois aquele time seria respons�vel pela maior trag�dia do futebol brasileiro at� ent�o.

Da euforia ao sil�ncio


Mullticampe�o com Flamengo e respons�vel por montar o “Expresso da Vit�ria” no Vasco, Fl�vio Costa convocou uma Sele��o Brasileira cuja base era formada por jogadores do futebol carioca. Dos 22, 13 eram do Rio, sendo oito do Vasco. A estreia foi promissora, com goleada sobre o M�xico por 4 a 0. Depois, empatou com os su��os por 2 a 2, no Pacaembu, e venceu os iugoslavos por 2 a 0, na volta ao Maracan�.

A euforia tomou conta do pa�s no quadrangular final (pelo regulamento, os quatro melhores se enfrentariam entre si e o melhor levaria o trof�u). Sob a batuta de Chico e Ademir, o Brasil goleou a Su�cia por 7 a 1 e a Espanha por 6 a 1. Os uruguaios, por sua vez, empataram com a Espanha (2 a 2), mas venceram os suecos (3 a 2) e precisariam vencer o Brasil no �ltimo jogo para levantar o trof�u. Em 16 de julho, 172.772 torcedores se espremeram no Maracan�. O Brasil abriu o placar com Fria�a, mas levou a virada em gols de Schiaffino e Ghiggia.

 

Diante de quase 180 mil torcedores, Uruguai venceu o Brasil, por 2 a 1, no Maracanazo(foto: Arquivo EM 16/7/50)
Diante de quase 180 mil torcedores, Uruguai venceu o Brasil, por 2 a 1, no Maracanazo (foto: Arquivo EM 16/7/50)
 


Publicidade