Estado de Minas 90 ANOS

Linha do tempo: nove d�cadas e um mundo em ebuli��o

Da Segunda Guerra Mundial e do apartheid na �frica do Sul ao ataque �s torres g�meas nos EUA, muitos s�o os fatos que provocaram reflexos no Brasil


postado em 30/11/2018 08:11 / atualizado em 30/11/2018 19:25

Primeiro presidente negro da história dos Estados Unidos, Barack Obama tomou posse em janeiro de 2009(foto: Timoty A. Clary/AFP)
Primeiro presidente negro da hist�ria dos Estados Unidos, Barack Obama tomou posse em janeiro de 2009 (foto: Timoty A. Clary/AFP)

Nascido no chamado per�odo Entre Guerras, o Estado de Minas come�ou sua hist�ria j� com um grande desafio: suportar os efeitos do crash da Bolsa de Nova York, em 1929, que se refletiu no mundo inteiro e s� come�ou a ser superado de fato em 1933, depois que Franklin Roosevelt assumiu a Presid�ncia dos Estados Unidos e colocou em pr�tica o New Deal.

Em sua fase inicial, o jornal relatou o avan�o de movimentos totalit�rios como o fascismo, nazismo e franquismo. N�o passaram despercebidos fatos como a nomea��o de Adolf Hitler como chanceler (1933) e depois como presidente alem�o (1934), a Guerra Civil Espanhola (1936), que levou o general�ssimo Francisco Franco ao poder, nem a ocupa��o do Jap�o em Pequim, Xangai e Nanquim, na 2ª Guerra sino-japonesa (1937).

Para o leitor do EM, a invas�o da Pol�nia pelas tropas alem�s em 1º de setembro de 1939, dando in�cio � Segunda Guerra Mundial, n�o foi uma surpresa. O jornal trouxe todas as not�cias do front, passando pela ocupa��o de Paris, em julho de 1940, e o ataque japon�s � base norte-americana de Pearl Habor, em janeiro de 1941, que resultou na entrada dos Estados Unidos no confronto.

No s�culo em que mais se matou na hist�ria da humanidade, o jornal n�o se furtou a mostrar os horrores do Holocausto, que promoveu o assassinato em massa de mais de 6 milh�es de judeus, nem a tr�gica decis�o dos norte-americanos de, em agosto de 1945, lan�arem bombas at�micas sobre as cidades japonesas de Hiroshima e Nagasaki, o que praticamente colocou fim ao confronto.

Com as pot�ncias europeias fragilizadas pelo p�s-guerra, o EM acompanhou o in�cio de uma nova ordem mundial. Ao mesmo tempo em que o populismo crescia na Am�rica do Sul (elei��o de Juan Domingo Per�n na Argentina, em 1946), a descoloniza��o asi�tica ganhava for�a, com a independ�ncia da �ndia e a cria��o do Paquist�o, em agosto de 1947. O jornal foi um dos primeiros do pa�s a destacar a figura do l�der Mahatma Gandhi.

Atentado às Torres Gêmeas em Nova York e ataque ao Pentágono, em 2001, transformou a sociedade norte-americana e levou guerra ao Oriente Médio(foto: Hubert Michael Boesl/AFP)
Atentado �s Torres G�meas em Nova York e ataque ao Pent�gono, em 2001, transformou a sociedade norte-americana e levou guerra ao Oriente M�dio (foto: Hubert Michael Boesl/AFP)

No complexo jogo de xadrez da pol�tica internacional, o jornal trouxe a seus leitores todo o contexto da cria��o de Israel, um Estado judaico encravado em uma regi�o de maioria �rabe e mu�ulmana, que se tornaria (at� hoje, infelizmente) palco de sangrentos conflitos. Ao mesmo tempo, tamb�m relatou a horrenda implanta��o do Apartheid, regime de segrega��o racial na �frica do Sul, destacando a figura do l�der Nelson Mandela.

O EM ainda destacou a mudan�a de patamar dos Estados Unidos, desde o momento em que adotou o Plano Marshall para “socorrer” pa�ses europeus abalados pela Segunda Guerra. Paralelamente, relatou a ascens�o da Uni�o Sovi�tica e da rec�m-proclamada Rep�blica Popular da China, impulsionada pela figura de Mao Ts� Tung.

Um mundo dividido

 

A polariza��o mundial entre EUA e a ent�o URSS tamb�m foi alvo de in�meras an�lises no jornal. O choque entre capitalismo e comunismo, que passou a ser denominado de Guerra Fria, se colocava como pano de fundo para diversos confrontos que se espalharam pelo mundo, como a Guerra da Coreia (1950) e a Guerra do Vietn� (1955).  A disputa entre as novas superpot�ncias ultrapassou at� a estratosfera terrestre, quando a Uni�o Sovi�tica lan�ou o sat�lite Sputinik, em 1957, dando in�cio � chamada corrida espacial. Um epis�dio fundamental dessa dicotomia EUA/URSS estava encravado na Am�rica Central: a Revolu��o Cubana (1959), que virou preocupa��o extra para os norte-americanos.

Em resposta � estatiza��o de empresas e propriedades privadas por parte do governo de Fidel Castro, os EUA colocaram em vigor o embargo econ�mico, financeiro e comercial a Cuba. A situa��o chegou a momentos alarmantes em 1962, com a chamada Crise dos M�sseis. Tudo devidamente registrado nas p�ginas do Estado de Minas, assim como o assassinato em 1963, do presidente John Kennedy, aos 46 anos, num crime que chocou o mundo.

A constru��o do Muro de Berlim e a divis�o da Alemanha em dois pa�ses tamb�m teve uma cobertura de impacto. Da mesma forma, o jornal relatou o conturbado ano de 1968, com os protestos que eclodiram na Fran�a, mas se espalharam por v�rios pa�ses, inclusive o Brasil. Muitos deles, mais uma vez, impulsionados pelo enfrentamento ideol�gico entre os blocos comunista e capitalista.


A polariza��o voltaria a extrapolar os limites da estratosfera. Em 20 de julho de 1969, a miss�o norte-americana Apolo 11 entrou para a hist�ria ao fazer o homem pisar na Lua. Muitas pessoas n�o esconderam sua incredulidade ao ver a not�cia nas p�ginas do EM.

Enquanto isso, na face da Terra, as coisas continuavam indo mal. E o jornal n�o se silenciou em rela��o �s ditaduras na Am�rica do Sul. Al�m do pr�prio Brasil e da Argentina, o caso chileno tamb�m teve destaque, com cobertura de peso sobre o golpe de Estado de 1973, quando o general Augusto Pinochet tomou o poder que pertencia ao socialista Salvador Allende. A den�ncia dos abusos ajudou a minar a resist�ncia dos governos ditatoriais, que, lentamente, foram perdendo for�a e acabaram se rompendo.

Da Europa, o EM relatou fen�menos semelhantes com a queda do Muro de Berlim, em agosto de 1989, e a fragmenta��o de Uni�o Sovi�tica e Iugosl�via, em 1990. O bloco socialista come�ava – literalmente – a ruir.

Am�rica do Sul e o bolivarianismo

Sem “advers�rio � altura”, os Estados Unidos ampliaram seu dom�nio – e suas interven��es – na pol�tica internacional. A Guerra do Golfo, em 1990, � um exemplo disso e mereceu amplo destaque no EM. Ao mesmo tempo, o jornal relatou o aumento de um sentimento anti-Ocidente e antiamericano, em especial no Oriente M�dio.

Na Am�rica do Sul, a ‘resposta’ veio com a ascens�o do bolivarianismo, primeiro com a elei��o de Hugo Ch�vez, na Venezuela (1988), depois com Evo Morales (2006), na Bol�via, e Rafael Correa, no Equador (2007). Na �sia, se fortaleceram regimes ditatoriais como os do Ir� e da Coreia do Norte.

Mais recentemente, o jornal teve papel relevante na cobertura do ataque �s torres g�meas do World Trade Center, em 11 de setembro de 2001, que chocou o mundo. Em consequ�ncia, os EUA iniciaram a “Guerra ao Terror”. A imediata guerra do Afeganist�o e a invas�o do Iraque de Saddam Hussein em 2003 tamb�m foram destques.

Pracinhas brasileiros desembarcam no porto de Nápoles, na Itália, dirigem-se para o acampamento no front(foto: Arquivo O Cruzeiro/EM/D.A Press - 4/8/1944)
Pracinhas brasileiros desembarcam no porto de N�poles, na It�lia, dirigem-se para o acampamento no front (foto: Arquivo O Cruzeiro/EM/D.A Press - 4/8/1944)

Como no in�cio de sua hist�ria, o EM uniu for�as para superar a crise de 2008, impulsionada pelo Caso Lehman Brothers. Ainda assim, n�o diminuiu seu �mpeto ao tratar de fatos como o fim do governo Fidel Castro em Cuba e a elei��o de Barack Obama, primeiro presidente negro dos EUA.

Quando, no ano seguinte, Obama aliviou o embargo contra a ilha caribenha, alguns falaram em uma “onda de otimismo”, mas o jornal cumpriu seu papel e mostrou que, infelizmente, n�o era bem assim... Em 2011, guerras na S�ria (Bashar al-Assad) e L�bia (Muammar Gaddafi) provaram que as tens�es seguiam altas, mas, por outro lado, serviram tamb�m pra garantir a reelei��o de Obama.

Para completar o quadro, ao mesmo tempo em que a crise humanit�ria aumenta em ritmo exponencial, o mundo voltou a assistir ao fortalecimento de movimentos de extrema-direita. Ainda � cedo para dizer se o mundo repetir� os erros do s�culo passado, mas, se acontecer, o Estado de Minas estar� a postos para ajudar os mineiros a se posicionarem.

 


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