A temática ambiental e títulos produzidos por indígenas e quilombolas ou com foco nessas comunidades ocupam lugar de destaque na programação do 2º Festival de Cinema Infantil de BH – Cinema de Brinquedo, em cartaz no Cine Santa Tereza a partir desta quarta-feira (20/7), com sessões diárias até o próximo domingo (24/7). Os ingressos, gratuitos, podem ser retirados antecipadamente pelo site https://www.diskingressos.com.br/ ou na bilheteria do cinema 1 hora antes de cada sessão.
A mostra traz um total de 28 curtas e dois longas-metragens originários de 12 estados brasileiros e de países como França, Inglaterra, Argentina, Espanha, Holanda, México, Estados Unidos e Qatar. O produtor do festival, Cardes Monção Amâncio, aponta que a curadoria desta edição, composta por Diego Souza e Iakima Delamare, selecionou filmes de ficção, documentários e animações que propiciam o acesso a temas contemporâneos relevantes.
“A gente busca filmes que possibilitem uma mirada lúdica, divertida e também crítica, para fomentar formações e visões de mundo desde a infância, respeitando as diferenças e estimulando o cuidado com o ambiente. Pensamos em filmes que possam contribuir com a formação de crianças e também de adultos”, destaca Amâncio.
Culturas tradicionais
Ele ressalta que foi um gesto intencional da curadoria dar uma atenção especial para as temáticas ligadas à natureza e às culturas tradicionais. O produtor aponta que é importante as crianças terem contato com obras de ficção e documentários que tratem da preservação do meio-ambiente, sobretudo neste momento, em que se registra um avanço do desmatamento nos principais biomas do país.
“Seguindo essa linha socioambiental, temos alguns filmes indígenas, feitos em aldeias, e quilombolas, de culturas tradicionais em geral, que, ao longo de toda a nossa história, vêm sofrendo um processo de apagamento, sendo relegadas a um segundo plano. É uma forma de fomentar a alteridade. Mais do que respeito, trata-se de estimular a apreciação da diferença”, salienta.
Nessa seara, destacam-se a animação “Tudo verdim”, de Patrícia Dias, que se estrutura a partir de uma coleção de memórias inventadas de crianças do território indígena Pankararé, no sertão da Bahia; o documentário “Disque-quilombola”, de David Reeks, sobre crianças do Espírito Santo que vivem em uma comunidade quilombola e em um morro na cidade de Vitória; e o curta “Mitos indígenas em travessia”, de Julia Vellutini, composto por seis histórias indígenas tradicionais em diferentes etnias.
Títulos estrangeiros
Os filmes incluídos na programação vindos de outros países também se relacionam com a lógica do estímulo à alteridade, segundo Amâncio. Ele diz que são obras importantes na medida em que trazem outras realidades. “Num primeiro momento, podem parecer muito diferentes, mas a infância tem seus denominadores comuns, como o gosto pela brincadeira. É uma fase de construção do sujeito, então filmes que trazem realidades de outros países também têm uma contribuição grande a dar”, diz.
De hoje até sexta-feira, serão exibidos curtas agrupados em duas sessões distintas, às 16h30 e às 17h30. No sábado (23/7) e no domingo (24/7), o público verá a exibição dos longas “Um filme de cinema”, de Thiago B. Mendonça, e “Alice dos Anjos”, de Daniel Leite Almeida, respectivamente, em ambos os dias às 16h30.
Sessões itinerantes
O 2º Festival de Cinema Infantil de Belo Horizonte – Cinema de Brinquedo conta, ainda, com uma programação estendida ao longo do ano. Estão em curso sessões itinerantes, com recortes do que se verá no Cine Santa Tereza a partir de amanhã, que já passaram pelos centros culturais Jardim Guanabara, Pampulha e o Centro de Referência da Cultura Popular e Tradicional Lagoa do Nado. Essas sessões seguem para outros centros culturais – Venda Nova, que recebe as exibições amanhã, às 14h; São Bernardo, no dia 6 de outubro, às 13h30; e novamente Pampulha, no dia 14 de outubro, às 16h.
O projeto contempla também a atividade “Cinema o ano inteiro”, que vai disponibilizar um pacote de filmes para serem exibidos gratuitamente nas escolas interessadas. “Esta edição do festival se alicerça na crença de que o comum, no sentido de comunidade, se constrói a partir de uma multiplicidade de singularidades e, quanto mais cedo, na infância, os sujeitos tiverem oportunidades de encontros os mais variados possíveis com o outro, mais aptos tais sujeitos estarão a dar a sua contribuição para um futuro melhor”, ressalta Amâncio.
Serviço:
• 2º Festival de Cinema Infantil de BH – Cinema de Brinquedo, a partir desta quarta-feira (20/7) até o próximo domingo (24/7), no Cine Santa Tereza (Rua Estrela do Sul, 89, Santa Tereza). Entre quarta e sexta, às 16h30 e 17h30; no sábado e domingo, às 16h30.
• Os ingressos, gratuitos, podem ser retirados antecipadamente pelo site https://www.diskingressos.com.br/ e na bilheteria do cinema 1 hora antes de cada sessão
• A programação completa pode ser acessada no site https://cinemadebrinquedo.com.br