Rio, 19 - Economista e um dos novos membros do conselho de administra��o da Petrobras, Roberto Castello Branco fez duras cr�ticas � ado��o do regime de partilha no setor de petr�leo, � pol�tica de conte�do local do governo e � interfer�ncia na pol�tica de pre�os de combust�veis da companhia durante um semin�rio sobre produ��o de commodities e desenvolvimento na Funda��o Getulio Vargas, no Rio.
Na an�lise de Castello Branco a pol�tica de conte�do local, muitas vezes deixada a cargo de "burocratas e pol�ticos", abriu espa�o para a corrup��o na estatal. "A Petrobras se viu diante de um problema de transferir recursos via conte�do local m�nimo para a ind�stria naval, de constru��o civil e fornecedores de equipamentos. Isso criou as condi��es para a forma��o de um cartel com corrup��o", disse Castello Branco.
O economista classificou de "invi�vel" a participa��o m�nima da estatal em todos os projetos de explora��o e produ��o no pr�-sal. "O regime de partilha � danoso aos interesses da Petrobras e do Brasil", disse Castello Branco, frisando que essa � sua opini�o pessoal e de economista da FGV.
Segundo ele, o atual sistema de leil�es do setor, com pagamento em �leo, impede a maximiza��o de receitas que o Estado brasileiro necessita para realizar o ajuste fiscal. "O pagamento � ao longo do tempo e exige um custo de monitoramento muito alto, feito pela PPSA, cujo comportamento tamb�m � danoso � ind�stria do petr�leo. Se tiv�ssemos regime de concess�o o governo receberia � vista e captaria receitas extremamente importantes para o reequil�brio fiscal", disse.
Castello Branco destacou que a Petrobras ter� que ser extremamente disciplinada e rigorosa mesmo para executar um plano de neg�cios que � hoje US$ 90 bilh�es menor que o anterior, totalizando US$ 130 bilh�es para o per�odo de 2015 a 2019. "Para cumprir essa meta mais modesta ela ter� que ser extremamente disciplinada, muito rigorosa e o Estado n�o atrapalhar", afirmou.
Ao conversar com jornalistas na sa�da do evento, o conselheiro da Petrobras descartou a exist�ncia de interfer�ncia governamental na atua��o do conselho atualmente. Segundo ele, a metodologia de pre�os adotada pela companhia � um dado confidencial, mas foi apresentada ao novo conselho. Ele avalia que o ajuste de pre�os dos combust�veis seguir� a paridade de importa��o e as condi��es de mercado, mas pondera que o momento � de redu��o do consumo da gasolina.
"Voc� n�o vai aumentar pre�o no momento em que o consumo est� caindo. Al�m do mais estamos vivendo uma recess�o. A pol�tica, o presidente da Petrobras (Aldemir Bendine) tem explicitado: � a paridade dos pre�os de importa��o dentro de uma cesta, porque a Petrobras n�o produz s� gasolina", comentou.