Com�rcio na Regi�o do Barreiro vence obst�culos e prospera

Os comerciantes de uma das regi�es de Belo Horizonte mais pujantes do setor, o Barreiro, n�o se intimidaram com os avan�os de ofertas de produtos nas lojas virtuais e procuraram se adaptar � nova realidade, sem qualquer cerim�nia. Alguns empreendedores garantem que os espa�os f�sicos de venda jamais ser�o substitu�dos e at� apostam na expans�o do segmento.

 

Fundada em 1981, a Pratik Esportes trabalha com produtos esportivos para nata��o, luta, futebol, premia��es, e equipamentos variados, mas o forte do neg�cio � esporte pesado, as roupas para academia e lazer, explica a gerente de compras da empresa, Sabrina Marques.

Ela come�ou a trabalhar na loja aberta por seis irm�os no Barreiro h� 16 anos. Tr�s deles s�o respons�veis pela administra��o, Romildo, Alcino e Josu� Moura e Silva. O ramo esportivo foi escolhido porque um dos irm�os, ao chegar em Belo Horizonte, come�ou a trabalhar como empregado e viu a oportunidade de investir, e os demais deram sequ�ncia ao trabalho.

 

Nessa d�cada e meia de funcionamento, muita coisa mudou, atesta Sabrina, e a informatiza��o da empresa fez a diferen�a. “No in�cio, houve certa resist�ncia, mas, agora trabalhamos com programa integrado de estoque, fiscal, cont�bil e de pessoal”. A clientela mudou tamb�m, hoje com uma vida esportiva mais intensa, o que leva � procura de equipamentos e pe�as de todos as modalidades.

''Tenho tr�s filhos e gosto de procurar melhores pre�os, ver de perto a qualidade dos produtos''

Edna Br�gida (D), cliente frequente no Barreiro, e a filha, Isadora Luiza

“Antes, quase tudo era relacionado a futebol, depois veio a nata��o, j� que aqui no Barreiro e imedia��es h� muitas academias de nata��o, e sentimos agora o crescimento do boxe”, afirma.

Quando surgiram as e-commerce a empresa enfrentou retra��o, conta Sabrina, uma vez que o pre�o de venda pela internet era menor do que aquele da loja. Ao perceberem essa tend�ncia, os propriet�rios procuraram fazer o diferencial e investiram nas m�dias sociais, como instagram e facebook. “E acertamos. O com�rcio voltou a crescer e sabemos que o atendimento faz diferen�a, uma vez que cliente gosta de ver de perto, tocar, experimentar”.

 

A loja tamb�m foi afetada pela crise econ�mica e o per�odo mais cr�tico, segundo a gerente, ocorreu durante a Copa de 2014, quando n�o houve o retorno esperado, e o valor do investimento s� foi recuperado, em parte, durante a competi��o seguinte, no ano passado. Desde 2017, inova��o e investimentos em tecnologia e redes sociais passaram a ser prioridae. As vendas s�o feitas somente na loja f�sica, mas os clientes ligam e pedem o produto anunciado na internet e um mensageiro terceirizado faz a entrega. “� uma rela��o de confian�a e credibilidade que faz parte de nosso neg�cio”, conclui Sabrina.

 

Nascido e criado no Barreiro, S�rgio Heleno Guimar�es, da Central Roupas e Real Enxovais., trabalha no com�rcio h� 25 anos. O pai fundou a empresa em 1986 e ele assumiu os neg�cios numa �poca em que as vendas era pagas a presta��es por meio de carn�s, cadernetas, fichas de anota��es e cheques pr�-datados. “Agora, recebemos mais pelo cart�o e dinheiro a vista. As e-commerce provocaram mudan�as radiciais e produziram um p�blico mais antenado e exigente”.

Acesso

A facilidade de acesso a produtos por meio do smartphone � altamente competitiva frente ao espa�o f�sico, j� que os aparelhos est�o � m�o em qualquer ambiente, sem necessidade de um computador de mesa ou notebook. “� um movimento que n�o vai parar e as lojas f�sicas precisam se aprimorar e colocar seus sites ativos. Mas, a loja f�sica nunca vai acabar”.

 

S�rgio Guimar�es cita como exemplo a expans�o dos centros de com�rcio, antes restritos a regi�es para esses fins, como a �rea central de Belo Horizonte, pontos no Barreiro, Venda Nova ou Eldorado, em Contagem. “Hoje, todos os bairros tem seus centros comerciais com diversidade de produtos ofertados. Por isso, se multiplicam cada vez mais. Os clientes, com o produto mais pr�ximo, tendem a ir ao local para ver de perto, tocar e experimentar, sem correr riscos de comprar algo que n�o corresponda ao desejado, quando chega pelo correiro”, afirma o comerciante.

A �nica loja instalada no Barreiro da rede M�veis Universal, fundada h� 15 anos, e que tem oito unidades espalhadas pela Grande BH, n�o sofreram com a concorr�ncia imposta pelas vendas pela internet, constata a gerente Liza Ara�jo. “Trabalhamos com m�veis de alto padr�o e temos como clientes pessoas muito exigentes e detalhistas, que prezam a qualidade. Os produtos s�o anunciados na internet, mas as vendas s�o feitas pessoalmente. Temos muitos clientes fidelizados”.

 

A Thomaz Rabelo � uma empresa que est� no mercado desde agosto de 1998, produzindo e comercializando bolsas e acess�rios em couro, e oferece tamb�m bijuterias e artigos infanto-juvenis. A empresa surgiu com a produ��o fabril, uma loja de varejo e uma de atacado. Hoje, a empresa � composta por uma f�brica, um atacado e 21 lojas de varejo, sendo a mais nova instalada em Santa Luzia, na Regi�o Metropolitana de Belo Horizonte.

 

A escolha do Barreiro para instalar a unidade, que completa 10 anos no endere�o, � para atender a um p�blico formado, em sua maioria de mulheres, na faixa et�ria de 40 aos e “com estilo conservador e tradicional”, segundo o departamento de marketing da empresa. S�o clientes que preferem carteiras e bolsas cl�ssicas. A rede n�o faz vendas on-line e todos atendimentos s�o feitos pessoalmente, nas lojas f�sicas, por telefone ou correio.

 

A t�cnica em farm�cia Edna Br�gida, que mora no Barreiro h� 25 anos, prefere as compras em lojas f�sicas como desculpa “para sair de casa, sem ir muito longe”. � no Barreiro que ela faz todas as suas negocia��es, desde alimentos at� m�veis, presentes de anivers�rio, Natal e no Dia das Crian�as. “Tenho tr�s filhos e gosto de procurar melhores pre�os, ver de perto a qualidade dos produtos.” J� a filha Isadora Luiza, de 21 anos, estudante de Educa��o F�sica na UFMG, tem o h�bito de comprar pela internet. “Principalmente quando se trata de material esportivo, o pre�o sai mais em conta. Utilizamos alguns sites para compra em conjunto e divido o frete com as colegas”, conta. Ela n�o descarta a compra presencial, “� quando podemos experimentar e h� a vantagem de comprar o n�mero certo, da cor e modelo escolhido”.