Acusado de lavagem de dinheiro para o traficante Fernandinho Beira-Mar, o estudante do curso tecnólogo de processos gerenciais Rodrigo Garcia Pessoa Lara, de 27 anos, preso pela Polícia Civil no Bairro Serrano, na manhã de ontem, admitiu a policiais civis que era o responsável pelos negócios da empresa REF Cobranças e Fomentos. E que Fábio Moreira Campos, de 28 anos, teria apenas emprestado o nome para abertura da firma. O rapaz contou como se envolveu no esquema, mas argumentou que não sabia que se tratava de dinheiro do tráfico. No entanto, o próprio Rodrigo também afirmou aos investigadores que já havia sido chamado à Polícia Federal, há “três ou quatro meses”, para explicar depósitos oriundos da exploração de máquinas caça-níqueis. Depois disso, ele teria pedido a um contador que se desfizesse da empresa e repassasse o nome a terceiros.
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Suspeitos de envolvimento com esquema de Beira-Mar negam lavagem de dinheiro Polícia prende em BH suspeitos de lavagem de dinheiro ligados a Fernandinho Beira-MarPolícia procura em BH criminosos ligados a Fernandinho Beira-Mar e tráfico no Rio Traficante Roni Peixoto, braço direito de Beira-Mar, passa para regime domiciliarTrês suspeitos de lavagem de dinheiro do tráfico no Rio são presos em BHNuma conversa com policiais, Rodrigo informou que criou a empresa depois de conhecer um homem de Balneário Camboriú (SC) em um badalado restaurante de comida mineira da capital. A proposta, de acordo com o acusado, era receber dinheiro de brasileiros que moram fora do país e depositar as quantias para familiares que moravam aqui. Rodrigo também afirmou que ganhava 0,25% de cada transação e que chegava a depositar diariamente aproximadamente R$ 200 mil em 300 a 400 depósitos diferentes. “A conta movimentava muito dinheiro mesmo, mas não tinha ideia de onde vinha disso, e eu nem ganhava tanto assim, tanto que estou distribuindo currículo para arrumar emprego. Para ganhar R$ 2,5 mil, eu tinha que fazer R$ 1 milhão em depósitos”, justificou.
Contatos
O rapaz disse à polícia que só encontrou o catarinense uma única vez e que todos os contatos eram feitos por e-mail ou telefone de um número do exterior. “Trabalhei para ele durante dois anos e ele dizia que esse dinheiro era de gente que mandava para os parentes. Ele me mandava planilha com as contas e eu mandava pagar. Era tudo pela internet. Do dinheiro depositado na conta da empresa, eu tirava a comissão. Ele dizia que tinha documentos comprovando a legalidade e que me mandaria se eu precisasse”, contou ao rapaz.
Na casa da rua vizinha, Fábio, outro sócio da empresa, chegou em seu Punto quase uma hora depois dos policiais. O rapaz trabalha numa incorporadora e afirmou que não conhecia os negócios da empresa, que só emprestou seu nome ao amigo para facilitar a abertura da REF. Os dois tiveram a prisão temporária de 15 dias expedida pela Justiça do Rio e vão ficar detidos em BH. Eles responderão por lavagem de dinheiro, tráfico de drogas e associação para o tráfico. Segundo a polícia, não há relação direta dos jovens com Beira-Mar, mas a empresa era ponte para lavar o dinheiro do traficante.
Memória
Traficante pagou para fugir de BH
advogados por envolvimento na fuga.
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