De acordo com o delegado-chefe da Polícia Federal de Uberlândia, Carlos Henrique Cotta D'Ângelo, há dois meses funcionários do centro de processamento de dados da UFU procuraram a delegacia diante da suspeita de que o sistema estava sendo invadidoOs peritos da PF estiveram no local“Confirmaram que os sistemas foram invadidos nos últimos 12 meses e alteraram as notas de sete alunosAli já estava comprovado o crime, mas faltava descobrir quem era o autor disso”, explica o delegado“Eles iam pelas redes do submundo da internetQuando você ia pesquisar a máquina, batia endereços do leste europeu.”
Diante da situação, a Polícia Federal solicitou à Justiça mandados de busca e apreensão e condução coercitiva contra os estudantes que tiveram as notas alteradasAo todo, 12 mandados foram cumpridos nas cidades de Uberlândia e Uberaba, na chamada Operação BoletimSeis estudantes foram localizados e ouvidos
Durante o período, mais de 50 notas foram modificadasOs demais estudantes são dos cursos de engenharia elétrica, direito e educação física“Teve um que teve 14 notas alteradasFoi aprovado em disciplinas que ele sequer botou o pé na sala de aula
Por meio de nota, a Universidade Federal de Uberlândia disse que tomou conhecimento do ataque de hackers no início do ano, período correspondente ao final do segundo semestre letivo de 2014, e foi orientada pela PF a manter sigilo absoluto para não atrapalhar as investigações
Às 7h de hoje, eles foram informados que a operação havia sido deflagrada, levando à constatação da fraude“Também nesta manhã, a gestão da UFU se reuniu com os coordenadores dos três cursos para tomar os procedimentos administrativos cabíveisNessa reunião, decidiu-se que uma das medidas tomadas será reprovar os respectivos alunos, em todas as disciplinas cujas notas foram alteradas”, diz a notaAinda de acordo com a universidade, “a Comissão Permanente de Sindicância e Inquérito Administrativo (COPSIA) da UFU vai abrir um procedimento para detectar o grau de envolvimento de cada estudante, o que pode gerar de advertência até expulsão”