A meteorologista da Climatempo Josélia Pegorim explica que foi feito um levantamento dos últimos 106 anos, desde o começo do acompanhamento meteorológico feito pelo 6º Distrito do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), na capital. O abril mais seco verificado desde 1910 – ano do início das medições -, foi o de 1959, que não teve chuva. Outros anos também tiveram meses de abril com totais inferiores a 30 milímetros (veja o quadro). O abril mais chuvoso desde 1910 foi o de 2014, quando choveu 235,8 milímetros. “Foi como se a chuva de um janeiro ou um dezembro tivesse caído em abril”, explica.
“Estamos em uma situação muito ruim porque praticamente não choveu na primeira quinzena e para a segunda a expectativa também é mais baixa.
Josélia calcula que a média histórica de chuva em BH, somando os meses de dezembro a março, é de 973 milímetros, mas choveu efetivamente 750 milímetros. “É uma deficiência de 193 milímetros. Aproximadamente 200 milímetros de chuva, é como se estivesse faltando a chuva de um fevereiro inteiro”, diz.
A meteorologista atribui a situação ao fenômeno El Niño. “O padrão de chuva e temperatura do verão e outono foi modificado pelo El Niño, e um dos efeitos é fazer com que a massa seca atue por mais tempo no Sudeste e você fica sem chuva”.
Em previsões otimistas, segundo Josélia, o estado pode ter um aumento da possibilidade de chuva após o feriado de Tiradentes, em 21 de abril, até o fim do mês, quando BH pode acumular de 15 a 20 milímetros. No entanto, serão chuvas de pouco volume, e não constantes. “O que a população precisa ter em mente é que o período de seca já começou, não dá pra esperar chuvas crescentes.
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