Foi o que fizeram as amigas Mayra Coraspe, de 30 anos, e Aninha Ribeiro, de 35. Na tarde de ontem, elas pediram café coado na hora para acompanhar a delícia mais famosa de Minas. No Dia do Pão de Queijo, elas fizeram questão de guardar minutos da tarde para apreciar a iguaria.
Antes de saborear o primeiro pedaço do pão de queijo que havia acabado de sair do forno, elas tiraram fotos para a conta do Instagram (@pratiquegentileza) que Aninha mantém, onde divulga ações de gentileza. Mayra, que é biomédica, lembra que, apesar de o pão de queijo ser um lanche tentador e prático, ela não come todos os dias. “Sempre que tenho vontade, eu como. Mas por uma questão de educação alimentar não consumo diariamente”, afirmou. Para ela, a campanha deveria continuar, pois é uma oportunidade de colocar em prática a gentileza no mundo. “É um carinho gostoso”, afirmou.
As fornadas de pão de queijo aumentaram, na tarde de ontem, na Pão de Queijaria, restaurante na Savassi especializado no preparo da iguaria.
A proprietária do café Mr. Black, no Bairro Santo Agostinho, na Região Centro-Sul, Rosimeire Vieira, comemorou o sucesso da campanha. “Estamos pensando em estender a campanha para o mês todo”, afirmou. Na tarde de ontem, os clientes deixaram a iguaria paga, acompanhada de bilhetes carinhosos: “Olá! Que seu dia seja tão gostoso quanto este pão de queijo que deixo para você!”
A campanha foi inspirada no livro The Hanging Coffee, do tcheco Jan Burian, em que o personagem toma um café e, ao pagar a conta, deixa dois cafés pagos: o seu e um pendente para o próximo cliente.
Iguaria com a marca de Minas
A origem do pão de queijo não é precisa, mas está relacionada à abundância dos ingredientes em Minas. “Podemos dizer
que nós, mineiros, fomos os primeiros a fazer”, diz Márcia Clementino Nunes, co-autora, com Dona Lucinha, do livro História da Arte da Cozinha Mineira. Ela lembra que há relatos de iguarias parecidas na América do Sul. O pão de queijo tem antepassados: o biscoito de polvilho frito, o papa ovo e o biscoito de goma. Márcia reforça que a receita evoluiu à medida que os ingredientes se tornaram abundantes. “A mandioca é abundante em Minas e no Brasil. Depois, a gordura de porco. Os ovos vêm com a formação dos terreiros. A massa passa a ser sovada com leite,quando o gado se estabelece.