As ruas centrais de Montes Claros, Norte de Minas, tiveram um aspecto diferente neste sábado. Ao invés do habitual movimento de pessoas apressadas, fazendo compras ou tratando de algum compromisso, elas tomadas por mulheres, homens e crianças que ficaram parados por horas, ansiosos para verem um espetáculo, muitos com maquinas e celulares para o registro fotógrafo. O motivo da concentração foi o desfile do Império do Divino, uma das principais atrações das centenárias Festas de Agosto, animadas pelos grupos de catopês, marujos e caboclinhos. Os eventos serão encerrados neste domingo.
As manifestações são movidas pela cultura popular e pela força da fé religiosa, com devoção a Nossa Senhora do Rosário, São Benedito e ao Divino Espírito Santo. Dentro da programação religiosa constam levantamento de mastros, missas e bênçãos. À noite, também ocorre uma programação especial com shows artisticos e barraquinhas de comidas típicas na Praça da Matriz, também no Centro da cidade.
Os cortejos foram iniciados quinta-feira, com o Reinado de Nossa Senhora do Rosário (cor azul).
O desfile do Império do Divino, dominado pela cor vermelha, foi iniciado com um atraso de hora e meia. Marcado para às 10h30, começou às 12h. A Secretaria Municipal de Cultura alegou que o atraso ocorreu por causa dos integrantes dos grupos de catopês, marujos e caboclinhos, que demoram a chegar na Praça Doutor João Alves (Praça do Automóvel Clube), ponto inicial do cortejo. São cerca de 300 dançantes, divididos em seis grupos.
Muitas pessoas – sobretudo, visitantes – aproveitaram para fotografar a beleza dos catopês, marujos e caboclinhos, com suas roupas coloridas, cantos e ritmos. Um integrante de um dos grupos de marujos, conhecido como "Tone Gaguim, chamou atenção por desfilar em uma cadeira de rodas. Ele disse que sofreu um acidente recentemente, que o limitou de caminhar por algum tempo.
A figura principal das Festas de Agosto de Montes Claros é o catopê, que equivale ao mesmo zumbi ou congado de outros lugares, com características regionais. os Marujos exaltam os feitos dos marinheiros portugueses e os princípios cristãos da religião católica e os Caboclinhos ou Caboclada são uma folgança de reminiscência indígena. Ou seja: os grupos folcloricos das festas representam os negros, os brancos e os índios, as três raças que formaram o povo brasileiro..