Um esquema de venda ilegal de informações cadastrais, que inclui dois escritórios de advogados, foi desmantelado por agentes da Polícia Civil de Minas durante operação denominada de “Black Hat”. Na ação foram cumpridos mandados de busca e apreensão e de condução coercitiva para interrogatórios em oito locais, sete deles em Belo Horizonte e um em Itaúna, Centro-Oeste do estado.
Em dois escritórios de advocacia foram apreendidos vários HDs externos que serão analisados pela perícia técnica. Cinco advogados e um suspeito de coordenar um escritório de advocacia de fachada foram conduzidos coercitivamente a uma unidade da Polícia Civil para prestarem depoimento. Também foram cumpridos mandados de busca nas residências dos advogados. As investigações tiveram início a partir de reclamação de uma financeira, que constatou uma possível invasão do banco de dados dos clientes.
A partir dos indícios, a polícia apurou que os escritórios de advogacia tinham acesso aos dados cadastrais dos clientes e os procurava para abertura de ações judiciais para propor revisão contratual com a financeira. Em apenas seis meses, houve representação de aproximadamente 5.600 ações judiciais “O rastreamento dos números de IP nos permitiu chegar até os alvos revelando a ação de uma possível organização criminosa”, explicou o delegado responsável pelo inquérito, Alex Machado.
Conforme destacou o delegado Márcio Lobato, o crime em questão é previsto na recente Lei 12.737, que ficou conhecida popularmente como “Lei Carolina Dieckmann”.
As investigações ainda estão em andamento, e a Polícia Civil trabalha agora para elucidar a dinâmica da subtração de dados. “Ainda não podemos afirmar que se trata da ação específica de hackers, uma vez que há a possibilidade dos escritórios terem obtido as informações por meio de alguém com acesso restrito ao banco de dados”, salientou Machado. .