Jornal Estado de Minas

OUTORGA POLÊMICA

Associação luta na Justiça contra brecha na permissão de uso em Furnas

“As consequências da operação irresponsável do reservatório de Furnas hoje são sentidas por todo o Brasil, seja nas contas de energia, seja no risco iminente de apagão". A fala é do presidente da Unelagos (União dos Empreendedores dos Lagos de Furnas e Peixoto), Thadeu Alencar, sobre uma outorga de 2019 que permite o uso de recursos hídricos do reservatório a partir de 750 metros acima do nível do mar.





"É um absurdo que não podemos admitir, pois este nível representa 0% do lago, é lama pura. Isso é um “cheque em branco” que a Agência Nacional das Águas e Saneamento Básico (ANA) passou para Furnas Centrais Elétricas”, diz o advogado da Associação dos Municípios do Lago de Furnas (Alago), Tiago Amaral Carvalho Cunha, sobre a Outorga n.º 1033/2019.
 
A Alago entrou com uma ação na sexta-feira (17/12), na Comarca de Varginha, para exigir que esse nível mínimo suba para 762 metros acima do nível do mar, o que é previsto na Constituição desde o dia 4 de dezembro de 2020, quando entrou em vigor a Emenda à Constituição do Estado de Minas Gerais n.º 106.
 
O texto tomba, para fins de conservação, os lagos de Furnas e Peixoto, devendo seus níveis serem mantidos em, no mínimo, 762 e 663 metros acima do nível do mar, respectivamente. Este tombamento visa proteger as atividades turísticas, de agricultura e piscicultura, o que impacta diretamente no desenvolvimento sustentável e sócio-econômico da população dos entornos dos lagos. 
 
Segundo Fausto Costa, secretário-executivo da Alago, os municípios sofrem há anos. “Os municípios vêm sofrendo há muito tempo com a baixa do nível do Lago de Furnas, então nós buscamos o apoio da Justiça para garantir direitos”, comenta.
 
A reportagem tentou ouvir a ANA, através de e-mail encaminhado à assessoria de imprensa, mas não obteve retorno até o fechamento desta reportagem. Tão logo a agência se manifeste, este texto será atualizado. 




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