O secretário encarregado dos assuntos internos da região, Akbar Hussain Durrani, informou à AFP que mulheres e crianças estavam entre as vítimas.
Os episódios de violência contra a minoria xiita, julgada herética por alguns grupos sunitas extremistas, se multiplicaram nos últimos anos no Paquistão, principalmente no Baluchistão, que faz fronteira com o Irã e o Afeganistão. Em 10 de janeiro, um duplo atentado suicida num clube de bilhar em Quetta causou a morte de 92 xiitas, o ataque mais mortífero contra esta minoria no Paquistão, país de maioria sunita e onde um quinto dos 180 milhões de habitantes é xiita.
De acordo com a organização de defesa dos direitos humanos Human Rights Watch (HRW), mais de 400 xiitas foram mortos no Paquistão em 2012, ano mais sangrento para esta comunidade na história do país. Após o atentado de 10 de janeiro, a HRW denunciou "a covardia e a indiferença das autoridades", inclusive do exército e dos serviços de segurança, diante destes "massacres a sangue frio".
Alguns observadores estimam que estes episódios de violência sectária são apoiados por países como a Arábia Saudita (sunita) e o Irã (xiita), exportando assim suas rivalidades religiosas ao Paquistão. Além da violência religiosa, uma insurreição explodiu em 2004 no Baluchistão para exigir a autonomia política e uma melhor divisão das receitas provenientes da exploração dos recursos naturais da região.