Líderes indígenas amazônicos de nove países da região apresentaram nesta quarta-feira propostas de proteção ambiental e florestal, que esperam sejam tratadas na cúpula sobre mudanças climáticas que será celebrada em dezembro, em Lima.
Associações e organizações indígenas fizeram uma lista de propostas que apresentam em coletiva de imprensa na capital peruana perante as autoridades locais do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e do ministério do Ambiente do Peru.
As propostas incluem a implementação do programa "Amazônia Indígena Viva para a Humanidade", com recursos de 210 milhões de dólares, para ser aplicado nos 210 milhões de hectares - à razão de um dólar por hectare - nos quais estão distribuídos os povos amazônicos dos países que abrangem a bacia.
Este programa deve permitir desenvolver planos para melhorar a qualidade de vida dos indígenas e dar títulos territoriais, assim como o manejo holístico dos recursos naturais, anunciou Alberto Pizango, um líder que chefia a Associação Interétnica de Desenvolvimento da Selva Peruana (AIDESEP).
"Os povos indígenas são guardiões das florestas.
As entidades reivindicaram, ainda, que todo projeto de desenvolvimento ou extração em seus territórios se adeque aos direitos, cosmovisões e propostas das comunidades nativas.
Pediram, também, o reconhecimento de que "a livre determinação dos povos indígenas ajuda à humanidade e que sua criminalização agrava a crise climática".
Neste sentido, exigiram "o cessar da perseguição" a indígenas que estão sendo julgados no Peru pela defesa de seus territórios e recursos.
Líderes e membros de comunidades amazônicas começaram a ser julgados em maio pela morte de 18 policiais e civis.
O julgamento na cidade de Bagua, na região do Amazonas (nordeste), pôs no banco dos réus 23 indígenas de um total de 53 acusados após violentos enfrentamentos entre forças policiais e indígenas ocorridos em 5 de junho de 2009, no âmbito de um protesto contra um pacote de leis a favor de petroleiras.
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