O menino britânico Ashya King, de cinco anos, dará prosseguimento ao tratamento contra um tumor cerebral na Espanha, após a melhora de seu estado de saúde, graças a trinta sessões de protonterapia (terapia com irradiação de prótons) que fez em Praga, capital tcheca, informou seu médico nesta sexta-feira.
Ao sair do Proton Therapy Center (PTC) de Praga, nas primeiras horas da tarde, de cadeira de rodas, o menino acenou com a mão direita para os jornalistas reunidos ali.
"Seu estado (de saúde) melhorou durante o tratamento e agora consegue comer sozinho, consegue se sentar, brincar, responder perguntas, rir e dar alguns passos", disse Jiri Kubes, diretor médico do PTC, durante coletiva de imprensa.
Quando chegou a Praga, Ashya King estava deitado de bruços e se alimentava através de uma sonda gástrica.
"A terapia transcorreu bem, sem complicações", disse Kubes, acrescentando que o menino viajará em breve para a Espanha, onde sua família tem uma casa, para fazer um novo tratamento, provavelmente uma quimioterapia.
"Assim que terminar o tratamento na Espanha, será preciso esperar. A cada ano sem recaídas, a probabilidade será cada vez maior", disse o médico tcheco, que estimou as chances de cura em 70%.
Em Praga, o pequeno King enfrentou cada sessão de protonterapia com anestesia geral de forma a permanecer totalmente imóvel. Os especialistas do PTC fizeram para ele uma máscara e um travesseiro sob medida.
"Ele perdeu alguns cabelos e está um pouco avermelhado, mas estes são os únicos efeitos colaterais que teve", disse o pai de Ashya, Brett King, à imprensa.
"Vamos pegar um avião comercial este fim de semana. Ashya terá dois assentos só para ele, caso se sinta cansado", continuou o pai.
Em agosto passado, o caso da família King despertou interesse internacional, depois que seus pais decidiram tirá-lo de um hospital de Southampton (Inglaterra) sem o consentimento médico, pois consideravam agressivo demais o tratamento a que era submetido.
Os King finalmente foram encontrados no sul da Espanha, onde os pais passaram, inclusive, quatro dias presos, antes de viajar a Praga para que Ashya pudesse fazer a protonterapia.
A técnica, que não está disponível no Reino Unido, consiste na destruição das células cancerosas mediante a irradiação de um feixe de prótons diretamente nos tecidos afetados pelo tumor.
Nas primeiras 13 sessões, o feixe foi irradiado sobre uma área mais ampla, incluindo a medula espinhal, para impedir a propagação do tumor. As outras 17 sessões foram concentradas diretamente no tumor.
Atualmente, a família não quer ir para a Inglaterra. "Uma viagem à Inglaterra não nos parece 100% seguro. Só queremos voltar para a Espanha, relaxar e fazer com que Ashya siga com o tratamento", afirmou Brett King.
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