Ao menos 200 manifestantes protestaram nesta quinta-feira, no centro da cidade de Baltimore, pela morte de outro cidadão negro nos Estados Unidos vítima de ação da polícia.
A tensão é crescente nesta cidade portuária e operária de 620 mil habitantes do nordeste dos EUA após a morte de Freddie Gray no hospital, no domingo passado.
Gray, 25 anos, foi interpelado pela polícia no dia 12 de abril e sofreu uma ruptura de vértebra durante a detenção, segundo a polícia, que o acusou de portar um canivete.
De acordo com a imprensa, o jovem também teria sofrido um trauma na laringe.
"É realmente inconcebível que um homem jovem, de 25 anos, na flor de sua vida, acabe morto sem qualquer razão", disse o reverendo Jamal Bryant, um dos organizadores do protesto desta quinta, que teve início diante da prefeitura da cidade.
Vídeos gravados por pedestres mostram como a polícia atirou Gray no chão no momento da detenção, enquanto o jovem negro, gritando de dor, era colocado em um furgão.
"Foi dobrado como se fosse um caranguejo ou uma figura de origami", declarou Keven Moore, que fez um dos vídeos, ao jornal Baltimore Sun.
"Sabemos que ele estava bem quando entrou no veículo da polícia, mas já não reagia na saída", declarou a prefeita da cidade, Stephanie Rawlings-Blake.
Os manifestantes responsabilizam a prefeita e seu comissário de polícia - ambos afro-americanos - pela morte de Gray.
"Se não há justiça, não haverá paz" - gritavam os manifestantes diante da prefeitura, sob a vigilância de dezenas de policiais atrás das grades de proteção, enquanto um helicóptero sobrevoava a área.
Seis policiais de Baltimore - um forte reduto democrata, seguem suspensos do serviço devido ao caso.
Várias mortes de negros desarmados, em sua maioria durante operações de policiais brancos, provocaram uma onda de protestos nos EUA, com acusações de racismo. O debate no país destaca o uso excessivo de força pela polícia.
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