Os Estados Unidos criticaram Israel nesta quarta-feira (5) por aprovar a construção de novos assentamentos em terras palestinas e advertiram seu aliado de que isso coloca em perigo tanto as esperanças de paz como seu próprio futuro.
"Continuar com esses novos assentamentos é outro passo até a consolidação de um Estado que perpetua a ocupação que é fundamentalmente inconsistente com o futuro de Israel como Estado judeu e democrático", advertiu o Departamento de Estado.
"Tais decisões somente provocarão a condenação da comunidade internacional, o distanciamento de muitos dos aliados de Israel e aumentarão as dúvidas sobre o compromisso do país para alcançar uma paz negociada", acrescentou o porta-voz do Departamento de Estado, Mark Toner, em um comunicado.
No auge do plano israelense mais recente, os colonos construirão 300 moradias em terra "muito mais perto da Jordânia do que de Israel (...) tornando muito mais remota a possibilidade de um Estado palestino viável".
Washington se opõe à política israelense de construir assentamentos judeus na Cisjordânia, região que supostamente abrigará os palestinos na negociação de qualquer acordo de paz com base na convivência dos "dois Estados".
"Avançar neste novo assentamento, que incluiria até 300 moradias, prejudicará ainda mais as perspectivas de uma solução de dois Estados", assinala o comunicado.
Toner afirmou que a autorização de assentamentos ilegais "contradiz declarações anteriores públicas do governo israelense de que não tinha a intenção de criar novos assentamentos".
Em agosto passado, a Casa Branca já havia criticado o que chamou de "aceleração dramática" da expansão de assentamentos judeus na Cisjordânia e no leste de Jerusalém.
Não obstante, Washington anunciou em meados de setembro um acordo recorde de 38 bilhões de dólares para fornecer a uma ajuda militar a Israel para os próximos 10 anos.
.