A polícia procurava nesta terça-feira nove argelinos que escaparam de um centro de detenção no sudeste da Espanha, após uma rebelião em que nove policiais ficaram levemente feridos, informou a prefeitura da região de Murcia.
Este é o sexto incidente do tipo desde agosto em um centro de detenção, enquanto a contestação parece aumentar entre os estrangeiros sobre suas condições de detenção, denunciadas por ONGs de defesa dos direitos humanos.
Na segunda-feira, por volta das 21h00 (18h00 de Brasília), migrantes do CIE de Murcia "incendiaram papéis e roupas para atrair a atenção" e agredir policiais, afirmou à AFP um porta-voz da prefeitura.
Nove conseguiram escapar do centro e nove policiais ficaram levemente feridos, segundo a polícia.
O centro, que abriga 98 pessoas, já havia experimentado duas fugas em outubro, de 67 e cinco migrantes respectivamente.
O SUP, principal sindicato da polícia na Espanha, pediu seu fechamento.
"Este centro não pode permanecer aberto mais um minuto", denunciou seu porta-voz em Murcia, Javier Monje, ressaltando a falta de meios de trabalho em relação ao rigor orçamental imposto à polícia desde a crise econômica.
Ele disse que o centro não tem barreiras anti-evasão ou portas automáticas e a polícia está mal equipada.
Os centros de detenção (CIE) de Madri e Barcelona também vivenciaram nas últimas semanas revoltas dos migrantes e greves de fome.
No início de novembro, quarenta argelinos tentaram escapar em Barcelona, sem sucesso, incitando cerca de 70 pessoas à rebelião. Em meados de outubro, 40 migrantes revoltaram-se no CIE de Madri, quebrando móveis e passando a noite em protesto no telhado.
Grupos de defesa dos direitos humanos e políticos denunciaram violações dos direitos humanos nesses centros que, por vezes, mantém detidos menores e doentes. Em 2015, 6.930 pessoas passaram pelos setes CIE distribuídos em território espanhol.
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