Jornal Estado de Minas

NOVA YORK

Polícia de Nova York busca agressores de homem judeu

A polícia de Nova York iniciou nesta sexta-feira (21) uma busca pelos indivíduos que agrediram um judeu na véspera, durante confrontos entre pró-israelenses e pró-palestinos na Times Square, no momento em que aumentam os atos antissemitas nos Estados Unidos devido ao conflito no Oriente Médio.



De acordo com uma porta-voz da polícia, o ataque ocorreu por volta das 18h30 locais. "Cinco ou seis homens" espancaram e lançaram spray de pimenta contra um homem de 29 anos, enquanto lhe dirigiam insultos antissemitas. As imagens foram publicadas pelo jornal "New York Post".

A unidade policial encarregada dos crimes de ódio lançou uma convocação de testemunhas no Twitter na noite desta quinta-feira. A vítima foi hospitalizada e se encontra "estável", disse a polícia, sem informar sua identidade.

Um homem de 23 anos, identificado como Waseem Awawdeh, foi preso e acusado de ataque motivado por ódio e agressão em grupo, indicou a polícia. Os demais eram procurados hoje.

A violência ocorreu durante confrontos entre manifestantes simpatizantes de Israel e dos palestinos, que se reuniram logo após o anúncio de um cessar-fogo no Oriente Médio após 11 dias de hostilidades.

- Mulher ferida -

Uma mulher sofreu queimaduras quando pessoas não identificadas lançaram fogos de artifício contra os pedestres, informou a força policial, que também investiga esse caso, considerado um possível "crime motivado por ódio". Vinte e seis pessoas foram detidas durante a manifestação, segundo a porta-voz

"O antissemitismo não tem lugar em nossa cidade" e "os perpetradores deste ato hediondo serão processados", tuitou hoje Bill de Blasio, prefeito da metrópole americana, que reúne a maior comunidade judaica fora de Israel. Ele assinalou que, desde o início do conflito atual, a polícia reforçou as medidas de segurança em "áreas sensíveis" para as comunidades judaica e palestina na cidade.



O governador do estado, Andrew Cuomo, disse em um comunicado que não toleraria "assédio ou intimidação de gangues violentas e antissemitas". E pediu à unidade de crimes de ódio do estado que ajudasse a polícia local.

A influente congressista Alexandria Ocasio-Cortez, que denunciou no último sábado o que chamou de política de apartheid de Israel contra os palestinos, tuitou: "Não há lugar para o antissemitismo no movimento de libertação palestino. Nossas críticas se voltam para Israel e suas violações dos direitos humanos. Isso não é desculpa para crimes antissemitas."

A ADL, organização que combate o antissemitismo e o racismo, viu "um aumento perigoso e drástico do antissemitismo" nos Estados Unidos nos últimos 10 dias, disse seu diretor, Jonathan Greenblatt, à CNN. Greenblatt descreveu "atos de assédio, vandalismo de casas e sinagogas judaicas" em todo o país.

Enquanto a imprensa deu destaque, principalmente, a um ataque ocorrido na terça-feira contra judeus sentados no terraço de um restaurante em Los Angeles, o diretor afirmou que outros ataques ocorreram em Nova York, Flórida, Illinois e Califórnia. Também denunciou um "aumento perturbador" de mensagens antissemitas publicadas nas redes sociais.

Vários protestos, a maioria sem incidentes, aconteceram em Nova York e outras cidades do mundo desde o início do conflito entre israelenses e palestinos.

audima