Jornal Estado de Minas

NOVA YORK

Mulher que acusou Cuomo de assédio registra queixa criminal

Uma das 11 mulheres citadas em uma investigação independente sobre acusações de assédio sexual contra o governador de Nova York, Andrew Cuomo, entrou com uma queixa criminal contra o político, informaram autoridades policiais americanas nesta sexta-feira (6), levantando a possibilidade de que ele seja indiciado.



A mulher, cujo nome não foi revelado, mas que trabalha como assistente de Cuomo, disse que o governador tocou em seus seios na mansão executiva, no ano passado. Sua acusação é uma das que constam de um relatório independente divulgado esta semana pela procuradora-geral do estado, Letitia James, o qual conclui que Cuomo assediou sexualmente 11 funcionárias públicas, de gestões anteriores e atuais.

O democrata veterano, 63 anos, negou repetidamente ter tocado em uma mulher de forma inadequada.

"Uma denúncia criminal foi apresentada ontem", disse à AFP um funcionário do gabinete de polícia do condado de Albany.

A imprensa local noticiou que a queixa foi registrada por uma mulher referida como "Assistente Executiva #1" no relatório divulgado por Letitia James. A "assistente executiva nº 1" relatou na investigação que Cuomo botou a mão sob sua blusa em seu escritório, em novembro de 2020.

Os advogados de Cuomo contra-atacaram a investigação de James em uma coletiva de imprensa nesta sexta-feira. Eles reclamaram que não receberam aviso prévio sobre a divulgação do relatório e disseram que os investigadores não compartilharam as transcrições dos depoimentos com eles.



"Foi unilateral e ele foi emboscado", declarou a advogada de Cuomo, Rita Glavin. Ela também mostrou aos jornalistas transcrições de e-mails supostamente enviados pela "assistente executiva nº 1" que, segundo Glavin, colocam em dúvida seu depoimento. Desde então, pelo menos cinco procuradores distritais abriram investigações sobre o comportamento do político.

- Ambiente tóxico -

"Foi o próprio governador que pediu que Letitia James supervisionasse uma investigação independente", respondeu em comunicado um dos conselheiros da funcionária, Fabien Levy, prometendo entregar as transcrições dos testemunhos. "Há depoimentos de 11 mulheres, corroborados por montanhas de provas."

Desde então, cinco promotores distritais abriram investigações sobre o comportamento de Cuomo. Especialistas jurídicos sugerem que ele pode enfrentar acusações por delitos menores, por tocar uma pessoa sem o consentimento da mesma.

O relatório também o acusa de presidir um local de trabalho tóxico para as mulheres e de retaliar pelo menos uma de suas acusadoras.



Cuomo rejeitou os pedidos do presidente Joe Biden e de outros democratas para renunciar, mas os legisladores estaduais estão tentando impeachment.

Foi dado a Cuomo um prazo, até 13 de agosto, para apresentar evidências em sua defesa antes de sua investigação de impeachment.

Cuomo foi inicialmente elogiado por sua maneira de lidar com a crise do coronavírus, mas depois se envolveu em acusações de ter encoberto a magnitude das mortes em asilos.

Acredita-se que Cuomo esperava obter um quarto mandato como governador nas eleições de novembro do próximo ano, mas uma pesquisa divulgada nesta sexta-feira sugere que isso pode não acontecer.

A pesquisa da Universidade Quinnipiac revelou que 70% dos eleitores de Nova York ouvidos acham que ele deveria renunciar, enquanto 55% acreditam que ele deveria ser acusado criminalmente.

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