Jornal Estado de Minas

WASHINGTON

EUA: ações 'ambiciosas' para proteger o clima não podem ser adiadas

A humanidade não pode atrasar mais a adoção de medidas "ambiciosas" contra a mudança climática, declarou nesta segunda-feira (9) o secretário de Estado americano, Antony Blinken, após a publicação de um relatório da ONU sobre a rapidez do aquecimento global.



O relatório, aprovado por 195 países e que levou anos para ser elaborado, destaca a indecisão dos governos diante da crescente evidência de que a mudança climática é uma ameaça existencial.

"Este momento requer que os líderes mundiais, o setor privado e os indivíduos atuem juntos com urgência e façam tudo o que for preciso para proteger nosso planeta", disse Blinken em nota.

"Não podemos atrasar mais uma ação climática ambiciosa", acrescentou.

Por volta de 2030, dez anos antes do estimado, o limite de +1,5 ºC em relação à era pré-industrial pode ser alcançado, com riscos de desastres "sem precedentes" para a humanidade, segundo o primeiro relatório de avaliação do Grupo Intergovernamental sobre a Mudança Climática.

Com apenas 1,1 ºC de aquecimento até o momento, uma chuva ininterrupta de desastres meteorológicos mortais, potencializados pela mudança climática, arrasou o mundo neste verão (boreal), desde ondas de calor que derretem o asfalto no Canadá até incêndios florestais incontroláveis que devastam a Grécia e a Califórnia.



"Estamos vivendo o impacto prejudicial desses acontecimentos nas vidas e nos meios de subsistência das pessoas em todo o mundo", disse Blinken.

"Por isso, Estados Unidos se comprometeram a reduzir em 2030 as emissões em 50% em relação aos níveis de 2005 e estão mobilizando todo o governo federal para enfrentar a crise climática", acrescentou.

O presidente Joe Biden proclamou sua intenção de transformar os Estados Unidos no líder do combate ao aquecimento global mais uma vez. Para isso, se reincorporou ao acordo climático de Paris, depois que seu antecessor Donald Trump se retirou, e nomeou o ex-secretário de Estado John Kerry como seu enviado para o clima.

O governo de Biden também anunciou 5 bilhões de dólares em verba pública para ajudar os estados e as comunidades locais a se prepararem para as grandes catástrofes relacionadas aos fenômenos meteorológicos extremos.

O presidente democrata também tem ostentado os méritos ambientais de seu plano de 1,2 trilhão de dólares para renovar as antigas infraestruturas do país e que está prestes a se transformar em lei.

Segundo a Casa Branca, a frequência dos fenômenos meteorológicos extremos e os desastres relacionados à mudança climática disparou nos últimos anos.

Os Estados Unidos tiveram uma média de seis grandes catástrofes deste tipo em cada ano entre 2000 e 2009, mas este número aumentou para 13 entre 2010 e 2020.



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