Jornal Estado de Minas

RELÍQUIA

De snorkel, mergulhador acha espada usada por cavaleiro das Cruzadas

Quão fundo você precisa mergulhar para encontrar um tesouro arqueológico de centenas de anos? Aparentemente, poucos metros. Tudo depende do local e da sua sorte. Quem ganhou nessa loteria foi o israelense Shlomi Katzin, morador do município de Atlit, na costa mediterrânea. Ele foi dar um mergulho na praia perto da casa em que mora, no último sábado (16/10), e voltou com uma espada usada por um soldado das Cruzadas.





Sem usar aparelhos caros e complicados, apenas com um snorkel - equipamento usado para observar águas rasas - Katzin parou para admirar o brilho de algumas âncoras e formações rochosas na praia de Carmel. Foi quando percebeu a arma medieval de mais de um metro de comprimento. O achado foi divulgado na segunda-feira (18/10), pela Autoridade Antiquária de Israel.



Segundo texto publicado pela autarquia no Facebook, a espada estava incrustrada por corais, moluscos e outros elementos de vida marinha. Apesar disso, o artefato "foi mantido em perfeitas condições, é um achado lindo e raro, e parece pertencer a um cavaleiro cruzado", explicou em nota o supervisor da unidade de prevenção de roubos da Autoridade de Antiguidades, Nir Distalfeld.

Análises preliminares sugerem que a espada seja feita de ferro e tenha cerca de 900 anos de idade. Aparentemente, o tesouro foi revelado depois de uma mudança nas correntes marítimas que provocou ondas fortes e revolveu a areia próxima à costa. Além da lâmina de um metro de comprimento, a arma medieval é composta por uma empunhadura de 30 centímetros e um guarda mão característico da época.





Depois de limpa e catalogada, a espada será exposta para o público. Os servidores da Autoridade de Antiguidades destacaram a boa conduta de Katzin. Temendo que o artefato fosse roubado antes que pudesse ser analisado, ele mesmo contatou o instituto e levou o achado até o edifício sede. Katzin recebeu um certificado de boa cidadania.

A conscientização dos banhistas é a chave para que outros tesouros arqueológicos da região sejam protegidos. Foi o que contou o diretor da Unidade de Arqueologia Marinha, Kobi Sharvit, ao The Times of Israel. De acordo com ele, o mergulho por lazer se tornou uma atividade muito comum e "mesmo a menor tempestade move a areia e revela áreas no fundo do mar, enquanto enterra outras", destacou. Assim, os banhistas são corresponsáveis por preservar as riquezas do passado escondidas nas areias do local.

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