Bilionário e grande empreendedor do campo da tecnologia: Elon Musk foi eleito Personalidade do Ano pela revista norte-americana Time. O nome dele foi revelado em evento de transmissão ao vivo pelo site da revista, nesta segunda-feira (13/12).
Com 50 anos, Musk é dono de uma fortuna de aproximadamente US$ 315 bilhões. Fundador da empresa de foguetes e tecnologia espacial, SpaceX, seu nome chamou a atenção após a companhia lançar, em maio de 2020, a nave tripulada Crew Dragon em direção à Estação Espacial Internacional. Esta foi a primeira vez que a NASA lançou astronautas ao espaço em parceria com uma empresa privada.
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Em nove anos, o lançamento foi o primeiro realizado em território dos Estados Unidos. O fato pode ter inaugurado uma nova fase da corrida espacial mundial. A empresa ficou conhecida, também, por vender o primeiro voo comercial à lua.
Além do campo espacial, Musk é CEO da Tesla Motors, empresa fabricante de veículos elétricos de alta performance.
Uma vida dividida em dois continentes
Apesar de ser portador do famoso passaporte estadunidense, Elon Musk, na verdade, não nasceu em terras norte-americanas. Natural da África do Sul, foi distante do continente americano que ele despertou seu talento para a tecnologia. Com 12 anos, criou seu primeiro jogo de computador.
Aos 17, mudou-se para o Canadá, onde aprofundou os estudos na Queen 's University, em Ontário. Dois anos depois, finalmente transferiu-se para os Estados Unidos, onde se formou em economia pela Wharton School e em física pelo College of Arts and Sciences, na Philadelphia.
Aos 24 anos, Musk criou sua primeira empresa que renderia os seus primeiros milhões. Nomeada como Zip2, a companhia oferecia a jornais online um guia de cidades baseado em informações da web. A proposta foi considerada inovadora para a década de 1990 e surpreendeu o mercado. Em 1999, a empresa foi vendida por US$ 307 milhões a Compaq, grande empresa de computadores.
Nos anos seguintes, o empresário fundou a X.com, companhia de serviços online, que futuramente se transformaria em Paypal. Apesar de acionista majoritário, Musk mantinha uma relação contubarda com os demais líderes da companhia e, em um desligamento polêmico, o bilionário foi destituído da Paypal no final dos anos 2000. Dois anos depois, ela foi vendida ao Ebay por US$ 1,5 bilhão. Desta quantia, US$ 165 milhões foram repassados a Musk.
Surpreendendo o mercado financeiro do ramo, o bilionário recomprou o domínio da companhia, em 2017. O fato despertou comentários de internautas. Alguns apontavam um desejo de vingança, outros que o empresário amava muito a empresa para deixá-la.
Em maio de 2021, durante o programa de TV "Saturday Night Live', dos Estados Unidos, Musk revelou ter sido diagnosticado com a síndrome de Asperger, um estado do espectro autista. A declaração emocionou o público, que o aplaudiu de pé.
Em maio de 2021, durante o programa de TV "Saturday Night Live', dos Estados Unidos, Musk revelou ter sido diagnosticado com a síndrome de Asperger, um estado do espectro autista. A declaração emocionou o público, que o aplaudiu de pé.
Nasce o “homem de ferro”, gigante dos empreendimentos tecnológicos
Em 2000, com a fortuna acumulada da Zip2 e X.com, Musk criou SpaceX. O principal objetivo do empresário era buscar formas de baratear os custos de uma viagem espacial. Em 2011, a empresa ficou conhecida por ser a primeira a vender um voo comercial à lua.
Em 2003, foi a vez do bilionário empreender do ramo automobilístico, criando a Tesla Motors, companhia pioneira na fabricação de veículos elétricos. À época, Musk investiu cerca de US$ 7,5 milhões na empresa. Em 2008, virou presidente do conselho e CEO da companhia.
Nem mesmo a pandemia, que deflagrou não só uma crise sanitária como também econômica no planeta, impactaram no rendimento das empresas de Musk. Em meio à crise da COVID-19, ele aumentou, ainda mais, sua fortuna. Atualmente, o valor de mercado da Tesla ultrapassa os US$ 100 bilhões.
Preconceito e manipulação de ações: polêmicas que rondam o nome Musk
De um lado, os negócios iam de “vento em popa” para Musk. De outro, as polêmicas que rondavam seu nome cresciam na mesma velocidade que seus investimentos. Denúncias de preconceito dentro de suas empresas, até hoje, não são incomuns.
Na fábrica da Tesla, na Califórnia, funcionários denunciaram casos de homofobia, machismo, racismo assédio sexual, intimidação, capacitismo e exploração de mão de obra estrangeira. Na maior parte dos casos, o funcionário que expunha os casos publicamente era demitido em seguida.
Ao jornal The Guardian, quando questionado sobre os fatos, Musk afirmou que se tratava de retaliação. “Nós tivemos alguns casos na Tesla onde alguém de um grupo pouco representado conseguiu um emprego ou foi promovido em meio a candidatos mais representados e, então, decidiram processar a Tesla em milhões de dólares porque eles sentiam que eles não foram promovidos o suficiente. Isso obviamente não é legal.”
Além disso, polêmicas que envolvem manipulação das ações de sua empresa também se perpetuam no mercado. Em maio do último ano, Musk, com uma única publicação no Twitter, desencadeou uma queda nas ações de ambas as empresas, Tesla e SpaceX. Na mensagem, ele afirmava que tinha planos de se livrar de seus bens físicos e que os papéis da empresa estavam altos demais. Em poucas horas, as ações caíram cerca de 11%.
Em outro momento, ele compartilhou em suas redes sociais a falsa informação de que fecharia o capital da Tesla Motors por pouco mais de US $400 por ação. Imediatamente, Musk foi afastada de seu cargo como CEO da companhia. Tanto o empresário quanto a empresa foram multados em US$ 20 milhões cada.
As últimas declarações mais polêmicas foram a respeito da COVID-19 e seu apoio público a Donald Trump. No pior momento da pandemia, quando o mundo contabiliza milhares de mortos diariamente, ele se posicionou contrário às medidas de isolamento social. O bilionário definiu como “fascistas” aqueles que impuseram a medida de controle a disseminação do vírus.