Jornal Estado de Minas

PEQUIM

China aplica sanções a funcionários dos EUA por críticas sobre Xinjiang

A China anunciou, na terça-feira (21), novas sanções contra quatro membros de uma comissão federal dos Estados Unidos sobre liberdade religiosa, em represália por seus comentários sobre a situação dos direitos humanos na província de Xinjiang.



"Estamos tomando contramedidas contra quatro membros da Comissão de Liberdade Religiosa Internacional americana: sua presidente, Nadine Maenza; sua vice-presidente, Nury Turkel; e os comissários Anurima Bhargava e James W. Carr", disse o porta-voz porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Zhao Lijian, à imprensa.

Os quatro foram apontados por criticarem o tratamento dado à minoria muçulmana uigur em Xinjiang, um tema que tem sido fonte de tensão entre os países ocidentais e Pequim. O governo chinês nega os abusos.

As sanções incluem "a proibição das pessoas mencionadas de entrarem na China e o congelamento de seus bens na China continental, Hong Kong e Macau", acrescentou o porta-voz.

"Cidadãos e instituições chineses também estão proibidos de tratar com essas pessoas", acrescentou.

A comissão americana foi criada em 1998 com a missão de avaliar a liberdade religiosa no mundo e tem sido crítica ao tratamento dado aos uigures na China.

Ativistas afirmam que pelo menos um milhão de uigures e de outras minorias muçulmanas foram presos em acampamentos na província de Xinjiang, noroeste da China.

Grupos de direitos humanos e governos estrangeiros garantem terem encontrado evidências de prisões em massa, trabalho forçado, doutrinação política, tortura e esterilização forçada de uigures na China. Washington classifica esta situação como "genocídio".

Em um primeiro momento, a China negou a existência dos acampamentos de Xinjiang, mas depois defendeu-os como um centro de treinamento vocacional para conter o extremismo islâmico.



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