"Foram trinta e poucos mil comprimidos para o Exército, 10 mil para a Marinha e eu não peguei da Aeronáutica, mas deve perfazer o valor de 50 mil comprimidos. Com todo o respeito, isso é nada", disse Bolsonaro no Palácio da Alvorada, ao se referir à polêmica aquisição do medicamento que contém sildenafil, o componente básico utilizado para tratar a disfunção erétil.
O presidente assinalou que é insignificante a "quantidade para o efetivo das três Forças, obviamente, muito mais usado pelos inativos e pensionistas".
O Tribunal de Contas da União já abriu um processo para fiscalizar a compra de 35 mil comprimidos de Viagra para as Forças Armadas, com suspeita de superfaturamento que pode chegar a 143%.
Em linha com a justificativa do Ministério da Defesa, Bolsonaro argumentou que "as Forças Armadas compram o Viagra para combater a hipertensão arterial e, também, as doenças reumatológicas".
Na segunda-feira, o deputado Elias Vaz revelou a aprovação da compra de 35.000 comprimidos com sildenafil para as Forças Armadas, sem a menção do nome comercial Viagra. O parlamentar obteve essa informação a partir de uma solicitação no Portal da Transparência Governo Federal.
No mesmo dia, em meio a uma enxurrada de piadas nas redes sociais, o Ministério da Defesa assinalou que essas aquisições estavam destinadas "ao tratamento de pacientes com hipertensão arterial pulmonar", dado que o medicamento permite dilatar também os vasos dos pulmões.
Vaz acrescentou na terça-feira um novo tempero ao escândalo, ao identificar "um gasto milionário" em próteses penianas para o exército, com informação da mesma fonte.
Segundo Vaz, o governo gastou cerca de 3,5 milhões de reais em 60 próteses de silicone, de entre 10 e 25 centímetros.
O Exército afirmou em nota enviada à AFP que foram adquiridas apenas 3 próteses, em processos de licitação que atenderam a todos os requisitos legais.
Bolsonaro também criticou a cobertura midiática do assunto: "A gente apanha todo dia de uma imprensa que tem muita má fé e é ignorante também no assunto", assinalou.