Jornal Estado de Minas

DÍLI

Timor Leste volta às urnas para escolher presidente

Os eleitores de Timor Leste vão às urnas nesta terça-feira (19) para escolher o seu presidente num escrutínio entre um vencedor do Prêmio Nobel e o chefe de Estado em fim de mandato.



Os centros de votação abriram nas primeiras horas da manhã desta terça-feira (noite de segunda-feira em Brasília) para um duelo idêntico ao de 2007, que foi amplamente ganho pelo antigo herói revolucionário e Prêmio Nobel da Paz José Ramos-Horta.

Este último foi o mais votado no primeiro turno em 19 de março, com 46% dos votos, contra 22% do presidente Francisco "Lu Olo" Guterres, sem alcançar a maioria absoluta.

O vencedor iniciará o seu mandato de cinco anos em 20 de maio, data em que é comemorado o 20º aniversário da independência de Timor Leste após 24 anos de ocupação indonésia.

A eleição é vista como uma oportunidade para quebrar o impasse político entre os dois principais partidos, o Congresso Nacional para a Reconstrução de Timor Leste (CNRT) e a Frente Revolucionária por um Timor Leste Independente (Fretilin).

Guterres, 67, ex-guerrilheiro e líder do partido Fretilin, foi eleito presidente em 2017 com o apoio do ex-rebelde Xanana Gusmão, o primeiro presidente do país e atual líder do CNRT.

Mas este ano, Gusmão e o seu partido decidiram apoiar Ramos-Horta, que recebeu o Prêmio Nobel da Paz em 1996 pela procura de uma solução pacífica para o conflito no Timor Leste, então sob ocupação indonésia.

Ramos-Horta, 72, deixou a aposentadoria para enfrentar Guterres nas urnas.

O Timor Leste, com 1,3 milhão de habitantes, foi colônia portuguesa até 1975 e depois ocupada sangrentamente pela Indonésia até sua independência em 2002.

A economia do país foi duramente atingida pela pandemia de coronavírus. Segundo o Banco Mundial, 42% de sua população vive na pobreza.