Este projeto foi relançado em meio à invasão russa da Ucrânia. Graças ao seu direito de veto, Moscou paralisa qualquer tentativa do Conselho de Segurança de emitir uma condenação, apesar de sua missão ser a de garantir a paz mundial, conforme contemplado pela Carta das Nações Unidas.
O projeto de Liechtenstein, copatrocinado por cinquenta países - incluindo Estados Unidos, mas nenhum dos outros quatro membros permanentes do Conselho de Segurança (Rússia, China, França e Reino Unido) - deve ser votado em breve segundo diplomatas.
O Conselho de Segurança tem outros dez membros não permanentes que não têm direito de veto.
Obtido pela AFP, o texto prevê a convocação da Assembleia Geral "no prazo de dez dias úteis após a oposição de um ou vários membros permanentes do Conselho de Segurança, para debater a situação em que se encontra o veto".
- 295 vetos desde 1946 -
Entre os cerca de cinquenta copatrocinadores (que se comprometem a votar a favor da resolução), estão a Ucrânia, Japão e Alemanha, dois Estados que aspiram a um assento permanente em um possível Conselho de Segurança ampliado que represente de forma mais realista o mundo atual.
No momento, as posições da Índia, Brasil e África do Sul, outros candidatos a um cargo permanente no órgão, são desconhecidas.
Embora não copatrocine o texto, a França votará a favor, segundo um diplomata. A posição de Londres, Pequim e Moscou é desconhecida.
Desde o primeiro veto em 1946 sobre o caso sírio e libanês, a Rússia recorreu a essa prerrogativa 143 vezes, à frente dos Estados Unidos (86 vezes), Reino Unido (30), China e França (18 vezes cada).
"Estamos particularmente preocupados com a vergonhosa tendência da Rússia de abusar de seu poder de veto nas últimas duas décadas", disse a embaixadora dos Estados Unidos na ONU, Linda Thomas-Greenfield, em comunicado.
A adoção da resolução de Liechtenstein "será um passo importante para a (...) transparência e prestação de contas de todos os membros permanentes do Conselho de Segurança", assegura.
Para limitar o uso do veto e depois de tê-lo usado pela última vez em 1989, a França propôs em 2013 desistir voluntariamente no caso de "crimes em massa". Apesar de ter sido defendida pelo México e apoiada por uma centena de países, até agora esta proposta não teve seguimento.