Jornal Estado de Minas

PARAMARIBO

Protesto contra alto custo de vida termina em distúrbios no Suriname

Um protesto contra o alto custo de vida no Suriname resultou, nesta sexta-feira (17), em distúrbios, com uma tentativa de tomada do Parlamento e saques em lojas.



Milhares de pessoas se reuniram no centro de Paramaribo contra o aumento dos preços dos alimentos, da gasolina e da eletricidade, acusando o governo do presidente Chan Santokhi de corrupção. "Fora Chan!", repetiam.

Por volta do meio-dia, manifestantes mais radicais romperam as barreiras policiais que protegiam o Parlamento, atirando garrafas e pedras contra os policiais, que usaram gás lacrimogêneo e dispararam balas de borracha para dispersá-los.

Lojas foram saqueadas, entre elas uma de telefonia. Um carro foi incendiado, e houve uma tentativa de atear fogo em diversos prédios. Várias pessoas ficaram feridas.

"Saí mais cedo do trabalho para me unir ao protesto. Não chego nem à metade do mês, tenho três crianças para alimentar e dois empregos. Todos os dias os preços sobem", disse à AFP Agnes, que não quis ter o sobrenome divulgado.

"Não consigo mais pagar a gasolina para ir trabalhar e levar meus filhos à escola", reclamou Alfred, outro manifestante, que também não quis divulgar seu sobrenome.

O Suriname, um pequeno país do nordeste da América do Sul (600.000 habitantes), está mergulhado em uma grave crise econômica, com inflação galopante e uma enorme dívida externa.

A ex-colônia holandesa aguarda com impaciência a exploração das reservas de petróleo, que devem ser significativas.