As empresas do setor privado criaram 296.000 empregos nos Estados Unidos no mês passado, de acordo com a pesquisa mensal Lab divulgada nesta quarta-feira (3).
Isso é mais que o dobro dos 145.000 novos empregos esperados, de acordo com o consenso de analistas do site financeiro Briefing.com.
E representa um aumento em relação à criação de empregos em março, revisada para 142.000 empregos, dos 145.000 inicialmente previstos, disse a ADP.
Apesar desse aumento inesperado na criação de empregos, o crescimento dos salários continuou desacelerando, até 6,7% em um ano para as pessoas que permaneceram no mesmo emprego, ante 6,9% em março. Para os que mudaram de emprego, o aumento é de 13,2%, ante 14,2% no mês anterior.
"A desaceleração no crescimento salarial dá o sinal mais claro do que está acontecendo no mercado de trabalho agora", disse Nela Richardson, economista-chefe da ADP, citada no comunicado.
"Os empregadores estão contratando agressivamente enquanto controlam os ganhos salariais à medida que os trabalhadores se aposentam. Nossos dados também mostram que menos pessoas estão trocando de emprego", acrescentou.
O mercado de trabalho dos Estados Unidos sofre há dois anos com uma escassez significativa de mão de obra, o que aumentou os salários. Isso contribuiu para o aumento da inflação, que o Federal Reserve dos EUA (Fed, banco central) quer conter.
Para isso, está desacelerando deliberadamente a atividade econômica nos Estados Unidos, o que deve provocar retração no mercado de trabalho e aumento da taxa de desemprego.
O Fed, que encerra nesta quarta-feira a reunião do seu comité de política monetária, deve anunciar um novo aumento das taxas de referência, o que aumentaria ainda mais o custo do crédito às famílias e às empresas, para frear o avanço da atividade econômica.