Pela primeira vez na história da Coreia do Sul, legisladores apresentaram um projeto de lei visando o casamento entre pessoas do mesmo sexo. A medida tem como objetivo modificar o código civil sul-coreano, que atualmente não contempla a união civil homoafetiva.
O projeto de lei é de autoria de Jang Hye-yeong, do Partido da Justiça, da oposição, e conta com o copatrocínio de 12 legisladores de todos os principais partidos. A ação é vista como um passo importante na luta pela igualdade, apesar de ter poucas chances de ser aprovada, conforme apontam especialistas.
Atualmente, a legislação sul-coreana estabelece que 'o casamento e a vida familiar são fundados na igualdade entre homens e mulheres'. A redação da lei permite interpretações que restringem o casamento homoafetivo.
A proposta de mudança na legislação faz parte de três projetos de lei que pressionam o governo sul-coreano a expandir a noção de família para além do conceito tradicional. Os outros dois projetos abordam uniões civis e fertilização in vitro para mulheres solteiras.
No passado, tentativas de reconhecer o casamento entre pessoas do mesmo sexo enfrentaram resistência na Coreia do Sul, especialmente por parte de grupos religiosos que argumentam que a concessão de direitos equivaleria a 'legalizar a homossexualidade' no país.
Em fevereiro deste ano, a Justiça sul-coreana reconheceu, pela primeira vez, os direitos de um casamento homoafetivo. O casal em questão recorreu à Justiça depois que o Serviço Nacional de Saúde retirou Kim Yong-min, parceiro de So Seong-wook, do plano de saúde, ao descobrir que ambos formavam um casal gay.