Friedkin faleceu em Los Angeles, depois de vários problemas de saúde nos últimos anos, disse Stephen Galloway, ex-diretor executivo do Hollywood Reporter.
"Ele morreu esta manhã", detalhou Galloway após conversar com a esposa de Friedkin, a ex-CEO da Paramount Studios Sherry Lansing.
O diretor "trabalhou até algumas semanas atrás", mas "sua saúde estava em declínio", acrescentou.
"O cinema perdeu um verdadeiro estudioso e eu perdi um amigo verdadeiro, querido e leal", escreveu o mexicano Guillermo del Toro nas redes sociais.
O ganhador do Oscar qualificou Friedkin de "um dos Deuses do cinema".
"Definiu o rumo da minha vida com uma direção diferente", comentou também o diretor de filmes de terror Eli Roth.
O cineasta elogiou Friedkin como "um dos diretores mais impactantes de todos os tempos".
Friedkin fez parte do movimento "Nova Hollywood", no qual uma geração de influentes jovens reformulou a indústria do cinema nos Estados Unidos, amplamente moldada e controlada por poderosos estúdios.
Junto com colegas como Francis Ford Coppola e Martin Scorsese, Friedkin abriu caminho no início dos anos 1970 com o drama policial "Operação França" (1971).
Protagonizado por Gene Hackman, a produção levou cinco prêmios Oscar, incluindo as estatuetas de melhor diretor e melhor filme.
Em seguida, em 1973, dirigiu "O Exorcista", um sucesso comercial enorme que provocou profundas controvérsias.
O filme sobre uma criança de 12 anos possuída pelo diabo venceu duas das dez categorias em que foi indicado no Oscar, e teve várias sequências.
A mais recente inspiração é a trilogia produzida por Jason Blum que começa neste ano com "O Exorcista: O Devoto", no qual Ellen Burstyn retorna ao seu papel original do filme de 1973.
"Estou em dívida com William Friedkin e triste por sua perda", disse Blum em um comunicado enviado à Deadline. "Mais do que qualquer outro cineasta, ele mudou a forma na qual os diretores abordam os filmes de terror e a percepção cultural dos filmes de terror".
Mas depois de seus sucessos iniciais, a carreira de Friedkin entrou em decadência.
Ainda que o fracasso de bilheteria "O Comboio do Medo" (1977) seja considerado o começo desta etapa, para seguidores, como o escritor Stephen King, a ambiciosa produção "era o verdadeiro clássico", considerou nesta segunda nas redes sociais.
"Um diretor verdadeiramente talentoso", descreveu-o o autor do gênero, que se disse "muito triste" com a notícia.
Sem alcançar as glórias iniciais, Friedkin trabalhou até depois dos 80 anos de idade.
Seu último filme, "The Caine Mutiny Court-Martial" deve estrear este ano no Festival de Veneza.
Friedkin deixa Lansing, sua quarta esposa, e dois filhos.