“A trajetória de vida do Elpídio é muito estranha. Antes de adentrar na polícia, segundo relatos de testemunhas, era comerciante e seu patrimônio era insignificante, possuía um Chevette e levava uma vida bem modesta. Entretanto, bastou ingressar na polícia no cargo de delegado para que sua vida desse uma reviravolta e tanto, seu patrimônio cresceu de forma assustadora”, escreveu o juiz.
Além de Ferrarezi, foi condenada por lavagem de dinheiro e falsidade ideológica sua filha, a advogada Carla Abibe Ferrarezi Martinez. O juiz afirmou na sentença que Carla não tem como comprovar condição financeira para comprar um imóvel milionário.
Outras três pessoas, incluindo um office-boy usado como laranja, para quem foi transferida a posse da casa durante as investigações, foram condenadas por falsidade ideológica. Segundo a Secretaria da Segurança Pública, o delegado é alvo de processo na Corregedoria da Polícia Civil.
Defesa
Advogado de Ferrarezi e de Carla, Elias Jacob afirmou que vai recorrer. “A sentença se afastou das provas dos autos. Vou pedir a absolvição e tenho tranquilidade de que conseguirei”, disse.
O advogado afirmou que, na decisão judicial, houve uma supervalorização da casa na Riviera. “Certamente não foi o que gastou para construir a casa em 2002. A perícia contábil declara textualmente que a doutora Carla tinha condições de fazer isso na época da construção.”
Segundo Jacob, Ferrarezi é “altamente conceituado na Polícia Civil”. “Tanto que uma das testemunhas de defesa é o diretor da Polícia Civil na região”, disse.