Uma moradora do bairro da Bomba do Hemetério, no Recife conseguiu na Justiça Federal o direito de voltar a conviver com seu único “companheiro” dos últimos nove anos. Um papagaio deve retornar nos próximos dias para alegrar a casa de Gedália Valentim Ferreira, 53 anos.
“O animal também estava com depressão”, afirma o juiz, acrescentando que, desde a apreensão, quando foi levado evado para o Ibama, o papagaio parou de falar e ficava quieto. “Só se animava quando a senhora ia visitá-lo”, observou. Ao ingressar na Justiça para recuperar o papagaio Gedália informou que estava doente e comprovou, por meio de laudos, sofrer de depressão. Em sua defesa, ela alegou que o papagaio era sua única companhia desde que o encontrara com uma garra quebrada no quintal da residência de seu irmão, em 2004, no bairro de Pau Ferro, Região Noroeste da Capital.
Apreendido durante uma fiscalização e levado para a sede do Ibama, o papagaio foi avaliado por veterinários. Um laudo emitido pelo órgão comprova que a ave sofria maus-tratos, já que a teve as asas parcialmente cortadas. Avaliando o caso, porém, o juiz Francisco Alves concluiu que os danos alegados pelo Ibama foram provocados por mera desinformação. “Ela cortava as asas errado e machucava o animal, além de fornecer alimentação inadequada, provocando anemia no papagaio”, pontuou. Mas o fato de reconhecer o erro e se oferecer para aceitar vistorias e buscar orientação do Ibama sobre o melhor tratamento para o papagaio acabaram convencendo o juiz a conceder a guarda provisória. A entrega da ave só deve ocorrer na próxima semana.