Porto Alegre, 19 - O aplicativo de transporte privado Uber começou a funcionar na tarde desta quinta-feira, 19, em Porto Alegre. O sistema, que é visto como uma alternativa ao táxi, está presente em mais de 60 países e costuma causar polêmica nos locais onde entra em operação. A capital gaúcha é a quinta cidade brasileira a receber o serviço de "carona remunerada", juntando-se a São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília e Belo Horizonte. A Prefeitura de Porto Alegre divulgou nota afirmando que considera o Uber um sistema de transporte clandestino.
A projeção do Uber é de que as corridas custem até 30% a menos do que o serviço de táxi em Porto Alegre. A empresa optou por lançar na cidade apenas o UberX, com carros mais simples e compactos. Não há previsão para a implantação do UberBlack, serviço que permite aos usuários solicitar veículos do tipo sedan, sempre com banco de couro e ar-condicionado.
A chegada do aplicativo provoca revolta entre os taxistas, que acusam o Uber de promover uma "concorrência desleal" por não estar sujeito a uma regulamentação específica. O sindicato da categoria já se mobiliza para tentar impedir o uso desse sistema de transporte nessas condições.
Em nota divulgada nesta quinta-feira, a Prefeitura de Porto Alegre esclarece que sempre esteve aberta às novas tecnologias que facilitem a vida dos cidadãos. "Contudo, compete ao poder público garantir o cumprimento das legislações existentes.
De acordo com a Prefeitura, enquanto não houver regulamentação, os serviços desta natureza estarão passíveis às penalizações previstas em lei. A multa estipulada para o transporte irregular de passageiros é de R$ 5,8 mil, com possível apreensão do veículo. A Empresa Pública de Transportes e Circulação (EPTC) sinalizou que não haverá fiscalização especial para o aplicativo, mas que vai atender às denúncias recebidas.
Existe um projeto de lei que proíbe a prática do serviço oferecido pelo Uber na cidade de Porto Alegre. A proposta tramita na Câmara de Vereadores. Em paralelo, a Prefeitura criou um grupo de trabalho para tratar do tema e propor um processo de regulação do serviço..