A Polícia Civil suspeita que um dos dois policiais militares que participaram da reconstituição da morte de Ágatha Félix, de 8 anos, realizada pela Delegacia de Homicídios do Rio de Janeiro na noite de terça-feira, 1, foi o autor do tiro que matou a menina, segundo afirmou a TV Globo na noite desta quarta-feira, 2. Esse PM passou mal durante a reconstituição.
Ainda segundo a TV Globo, é grande a probabilidade de que não tenha havido confronto com criminosos, como alega a PM. Só dois tiros teriam sido disparados, ambos pela polícia, e um deles teria batido em um poste e estilhaços dele atingiram a menina. Os peritos afirmam que, se tivesse sido atingida diretamente pelo tiro, Ágatha teria ferimentos muito mais graves no corpo. A necropsia encontrou apenas fragmentos de bala, e por isso não conseguiu confirmar com exatidão de que arma veio o disparo. Mas os fragmentos são compatíveis com fuzis, armas que os PMs usavam enquanto patrulhavam a comunidade.
Durante a reconstituição, o delegado Antônio Ricardo Lima Nunes, diretor do Departamento Geral de Homicídios e Proteção à Pessoa (DGHPP), confirmou que uma das hipóteses investigadas é de que a bala desviou em um poste, onde foi encontrada marca de tiro recente.
A reconstituição começou às 18h45 e se estendeu por cerca de cinco horas. Só dois dos 11 policiais envolvidos no caso participaram, além de seis testemunhas civis. A mãe de Ágatha, Vanessa, não participou por motivos de saúde - ela teve picos de hipertensão.
Ágatha morava na Fazendinha, uma das comunidades do complexo de favelas do Alemão, na zona norte do Rio.