Jornal Estado de Minas

O impacto das aulas presenciais na saúde pública

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Vera Murányi Kiss
Presidente da Fundação Péter Murányi

Depois do imenso empenho para manter o ensino remoto em dois anos letivos marcados pelo novo coronavírus, com muita resiliência e capacidade de superação dos professores e famílias, as escolas de todo o Brasil voltam gradativamente às aulas presenciais. É um novo e agudo desafio, pois a pandemia, embora se verifique a paulatina queda das médias móveis de contaminação e mortes no Brasil, ainda não terminou. Além disso, há o risco representado pela gripe, em especial a variante H3N2, que atingiu níveis epidêmicos no país no final de 2021 e início deste ano.





Também é preciso adaptar ou readaptar os alunos da educação infantil, considerando o apego das crianças aos lares e que grande parte delas deu os primeiros passos da escolaridade apenas nas telas de um computador. No presente cenário, se faz necessária a reabertura segura das escolas de modo a garantir às crianças e adolescentes que o ensino não implique riscos.

No retorno às salas de aula, é fundamental preservar a saúde dos alunos, professores e profissionais da educação e das famílias de todos. Para isso, os protocolos sanitários devem continuar sendo observados, como o uso de máscaras em transportes públicos, hospitais, ambulatórios e quaisquer unidades de saúde e/ou conforme os protocolos vigentes em cada unidade federativa. A desinfecção permanente das mãos, um hábito saudável disseminado na pandemia, também deve ser mantida, não apenas por causa do novo coronavírus, mas também para prevenir a transmissão de outras doenças infecciosas.

Uma das medidas mais eficazes e importantes para conter a COVID-19, a gripe, entre outras doenças, é cumprir os calendários de vacinação do Ministério da Saúde. É preciso especial atenção para a imunização contra o vírus influenza, cuja campanha começa em 4 de abril próximo.





Em nosso país, a imunização dos estudantes contra doenças infecciosas apresenta significativo aspecto de saúde pública. Segundo o último Censo da Educação Básica do Inep/MEC, realizado em 2020, existem no país 8.829.795 alunos na educação infantil, 26.718.830 no ensino fundamental, 7.550.753 matriculados no ensino médio e 1.936.094 no médio técnico, além de 3.002.749 na Educação de Jovens e Adultos (EJA), totalizando 48,03 milhões de pessoas. Se somarmos todo esse contingente da educação básica aos 8.450.755 do ensino superior, temos 56,48 milhões de alunos.

Caso as escolas brasileiras de todos os níveis fossem um país, teriam a segunda maior população da América do Sul, perdendo apenas para o próprio Brasil (212,55 milhões de habitantes) e bem à frente dos subsequentes, que são a Colômbia (50,88 milhões) e a Argentina (45,19 milhões). Ou seja, o impacto dos cuidados sanitários e da prevenção de doenças nas instituições de ensino é muito grande em termos de saúde pública. Vamos cuidar bem das nossas crianças e jovens, para que o retorno às aulas presenciais seja efetivamente um passo seguro e relevante para o futuro.