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Erisipela: risco maior entre diabéticos

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Josualdo Euzébio Silva
 Médico cirurgião vascular, membro titular da Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular

A erisipela é uma doença infecciosa, inflamatória e, comumente,  causada   por bactérias da espécie Streptococcus. O contágio é fácil pelas feridas, picadas de inseto e micoses. A patologia ainda não tem boletim epidemiológico no Brasil, porém apresenta mais riscos entre portadores de diabetes, principalmente, por causa da exposição em relação ao sistema imunológico e as feridas nos membros inferiores. Os dados da International Federation (IDF) apontaram 16,8 milhões de brasileiros com diabetes mellitus, em 2019.





O diabetes é um problema crônico, decorrente da elevação da glicose no sangue, provocando muitas fragilidades quando não tratado corretamente, como o “pé diabético”. Geralmente, as feridas aparecem com a má circulação sanguínea, quando os níveis de insulina não estão controlados. A sensibilidade dos membros inferiores fica comprometida, evitando que dores e feridas sejam identificadas com facilidade. A situação é uma porta de entrada para a erisipela. Afinal, as bactérias só esperam uma oportunidade para invadir o sistema linfático pela parte vulnerável da pele.

A imunidade é outro aspecto importante a ser considerado, pois fica reduzida com a diabetes, deixando o metabolismo ainda mais sujeito a doenças e infecções. A recomendação é manter um acompanhamento médico para controlar o nível de glicose e definir adaptações alimentares e bons hábitos de saúde, como a prática de atividades físicas.

Qualquer sinal de manchas vermelhas, mal-estar e febre é motivo para consultar um médico com urgência, antes do agravamento do quadro de erisipela, já que, entre os portadores de diabetes, o organismo tem dificuldade para cicatrização e a exposição abre espaço para outras bactérias,  comprometendo a funcionalidade do membro afetado e, em casos mais extremos, terminando com a amputação.

As pessoas  devem  consultar um médico e sempre finalizar o tratamento. A melhor forma de evitar o problema é a prevenção. A recomendação é manter consultas regulares e exames de rotina, evitar roupas que prendam a circulação e manter  a pele sensibilizada e protegida. A adoção desses cuidados, associados  a uma boa alimentação e à prática de exercícios físicos, fará muita diferença para proporcionar uma melhor qualidade de vida e bem-estar.