Jornal Estado de Minas

Um futuro solitário para milhões de pessoas

Gregório José
Jornalista, radialista e filósofo

Preocupante os dados do IBGE que apontam que o número de pessoas morando sozinhas está na casa dos 15% sendo a maioria de homens que residem de forma autônoma e desacompanhada. Desses, poucos são viúvos e grande parte não tem contato com filhos.





Viver só está se tornando uma realidade nas cidades brasileiras. Parte dos entrevistados pela pesquisa relataram que já tiveram parceiros e esposas/esposos, mas se separaram e acabaram optando pela vida solitária e independente.

Do total, 15,9% (ou 11,8 milhões) das moradias pesquisadas tinham apenas um morador em 2022. No Brasil esxa é a maior quantidade de indivíduos nas chamadas unidades domésticas unipessoais dentro da série histórica, iniciada em 2012.

Segundo o IBGE, a maior parte de unimoradores é de homens, em torno de 56,9% do total de pessoas que moram sozinhas e as mulheres representam em torno de 43% do total entrevistado pelos pesquisadores.

As unidades domésticas unipessoais vão demonstrando aquilo que grandes nações e capitais mundo afora registram, pessoas com mais de 60 anos que moram sozinhas e terminam suas vidas da mesma maneira.





Em 2012, os números pesquisados e divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística era de 12,2% dos lares entrevistados, de um universo de 100%. Hoje, esse percentual ultrapassa 15,9% dos lares, o que demonstra a opção por ficar só em seus ambientes domésticos.

Entre as unidades da Federação, os destaques são o Rio de Janeiro e o Rio Grande do Sul. Nesses estados, o percentual de domicílios com apenas um morador representava 19,6% e 19,5% do total de lares, respectivamente.

Analisando esses dados do Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul, é possível prever que em cerca de 10 anos teremos quase 25% de pessoas morando sozinhas em seus lares, o que demonstra uma necessidade de criar políticas públicas para essa parcela da sociedade. Entre o certo e o duvidoso, é preciso começar a repensar o mundo em que vivemos e onde nos posicionamos nele.

Se acompanhados pelos familiares e companheiros ou se estaremos contribuindo para o aumento dos solitários.