A Polícia Federal cumpriu ontem mandado de busca e apreensão na mansão do presidente do Instituto Mundial de Desenvolvimento e Cidadania (IMDC), Deivson Oliveira Vidal, preso durante a Operação Esopo, que deteve integrantes de uma quadrilha suspeita de desviar recursos públicos por meio de fraudes em licitações. A suspeita era de que havia dinheiro escondido na casa do empresário. Ele deixou a Penitenciária Nelson Hungria, em Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, por volta das 8h para acompanhar as buscas e retornou às 15h, segundo informações da Secretaria de Estado de Defesa Social. O advogado de Deivson, Marcelo Leonardo, afirmou que foram encontrados no local relógios “de uso pessoal”.
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Ministério instaura sindicância para investigar fraudesDirigente de Oscip suspeita de fraude se recusa a falar em depoimentoPolícia suspeita que ex-presidente do IMDC pode ter cometido outros estuprosEx-presidente do Instituto Mundial de Desenvolvimento e Cidadania é suspeito de estuproA organização da sociedade civil de interesse público (Oscip) presidida por ele, investigada por irregularidades desde o início de 2011, é apontada como o pivô do esquema. De acordo com as apurações da PF, o IMDC assinou convênios com cinco ministérios, entre eles o do Trabalho e Emprego, para realização de cursos de formação profissional, festivais culturais e perfuração de poços artesianos. Quatro servidores da cúpula do Ministério do Trabalho, entre eles o número 2 da pasta, foram exonerados.
O IMDC está registrado em nome de Deivson, mas as investigações apontam que o verdadeiro dono é o deputado federal Ademir Camilo (PSD-MG). Conforme a PF, o instituto teria sido beneficiado por prefeituras que receberam recursos do programa Projovem, por meio de contratação sem licitação, ou facilitando a disputa para a escolha do instituto. Os recursos eram repassados pela União e pelos estados, mas sofriam desvios sem que os serviços fossem realizados. Segundo estimativa da PF, o rombo nos cofres públicos pode ter chegado a R$ 400 milhões em cinco anos.
Entre os investigados, Deivson é o único que teve mandato de prisão preventiva de 90 dias decretado pela Justiça. Na quinta-feira, os funcionários do IMDC Daniel Amaral, Willian Luzia de Oliveira Júnior, Cristiano Lacerda e Rafael Augusto foram soltos da Penitenciária Nelson Hungria.