Jornal Estado de Minas

Coluna: PSDB sai do muro, PT busca antídoto

Baptista Chagas de Almeida
O resultado apertado da disputa presidência deste ano, ao contrário das três últimas eleições para o Palácio do Planalto, modificou o jeito tucano de ser.
Sai a oposição em cima do muro que tanto marcou o partido e entra marcação cerrada, para usar o jargão do futebol que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tanto gosta. Não é à toa que a presidente Dilma Rousseff quer começar logo o segundo mandato. Tanto que pretende anunciar esta semana os nomes de pelo menos 12 ministros, incluídos na lista os já conhecidos da área econômica.

É uma espécie de antídoto ao quadro pós-eleitoral que Dilma tem que enfrentar. Na área econômica, a desavergonhada mudança para 'cumprir' as metas fiscais que o próprio governo havia fixado e não conseguiu cumprir, como o superávit primário. Na seara política, como se diz, todo mundo sabe como começa uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), não como termina. Por isso, o governo tem pressa em encerrar logo as duas CPIs em andamento: uma mista, que está em vigor, outra exclusiva do Senado, que já veio a falecer.

Só que as investigações da Polícia Federal na Petrobras continuam e sabe-se lá o tamanho do estrago que elas podem fazer nos partidos envolvidos. Não é à toa que a presidente Dilma já deixou claro que vai manter José Eduardo Cardozo no Ministério da Justiça.
É uma espécie de antídoto para combater o veneno que vem dos policiais federais, que não andam muito satisfeitos com as mudanças nas regras de comando na corporação feitas pó Dilma.

Já os tucanos estão cada vez mais parecidos com os petistas de antigamente. Até manifestações de rua andam fazendo. Daí a onda de cronistas políticos ligados ao PT em torno de uma conspiração visando ao impeachment. Deveriam estar mais preocupados com o julgamento do Tribunal Superior do Eleitoral (TSE) das contas de campanha. Preocupação que deveriam ter também os demais partidos. .