São Paulo - O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, afirmou nesta quinta-feira que o trabalho de convencimento sobre a necessidade do ajuste fiscal nem sempre é fácil. Ele usou como exemplo disso a decisão da Câmara dos Deputados hoje de anular a portaria interministerial que cancelava temporariamente o seguro-defeso, benefício pago aos pescadores artesanais para ajudá-los na época em que a pesca é proibida.
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Câmara susta portaria que suspendia pagamento do seguro-defeso por até 240 diasDeputados querem derrubar no Congresso suspensão do período de defesoNão há prejuízo social a pescadores com suspensão de seguro defeso, diz ministraO ministro explicou que o seguro-defeso acabou se transformando em um programa de transferência de renda e que atualmente quase dois milhões de pessoas recebiam o benefício, número muito superior ao total de pescadores artesanais no Brasil cadastrado pelo IBGE. "Esse programa custou R$ 2 bilhões e pouco no ano passado e este ano vai custar mais de R$ 3 bilhões. Isso é quase US$ 1 bilhão, para um período de três meses que os pescadores devem ficar sem atuar. Isso significaria que a pesca artesanal no Brasil vale R$ 10 bilhões, R$ 12 bilhões no ano", apontou, explicitando a incongruência dos números.
Levy explicou que a portaria do governo, no entanto, ainda não foi cancelada, pois o projeto ainda precisa passar pelo Senado.
Nesse contexto, o ministro ressaltou que o convencimento sobre o ajuste fiscal também precisa atingir os principais partidos políticos. "Os partidos têm de fechar questão que é hora de ter um orçamento compatível com as necessidade do País, superavitário, que nos leve de volta ao crescimento da economia".
O ministro comparou a atuação do governo a uma empresa, que está constantemente avaliando seus produtos e tira de linha aqueles que não atingem os resultados esperados.