"Não há absolutamente nenhum temor em relação à Lava Jato. A citação a Temer é absolutamente gratuita, não teve conversa do presidente Michel Temer sobre recursos para campanha. Com relação ao presidente, é zero a possibilidade de envolvimento dele com Sérgio Machado."
Temer foi citado na delação de Machado, divulgada nesta quarta-feira, 15. Na delação, Machado diz que Temer cobrou R$ 1,5 milhão em 2012 para a campanha do então peemedebista Gabriel Chalita à Prefeitura de São Paulo. A doação foi lícita da Queiroz Galvão, mas segundo Machado, teria sido alvo de troca de favores com a empreiteira.
Padilha, após participar de evento com empresários em São Paulo, defendeu, em entrevista coletiva, que em 2012 havia somente distinção do que era doação legítima e caixa dois. Segundo ele, a maioria da classe política não sabia da doação oficial de empresas para campanhas em troca de benefícios. Para defender seu ponto, Padilha chegou a citar a deputada federal Jandira Feghali (PCdoB-RJ), que aparece também na delação de Machado.
"Pega só o caso da Jandira, conheço a Jandira há muitos anos.
Lava Jato
Padilha reiterou o apoio do governo interino à Lava Jato e justificou sua fala na palestra a empresários, pouco antes, de que as investigações precisariam "caminhar para uma definição final". Segundo o ministro, sua fala foi no sentido de que é importante para o País se definir, assim que possível, quem são os culpados no esquema de corrupção instalado na Petrobras.
"Tenho certeza que os principais agentes da Lava Jato terão a sensibilidade para saber quando eles deverão aprofundar ao extremo e também eles caminharem rumo a uma definição final. Isso tem que ser sinalizado porque nós vimos na Itália (com a operação Mãos Limpas), onde não houve essa sinalização e acabaram, depois do grande benefício, tiveram efeitos deletérios que nós não podemos correr o risco aqui", disse Padilha aos empresários.
A declaração de Padilha vem pouco depois de Renan Calheiros acusar o procurador-geral da República Rodrigo Janot de cometer excessos nos seus pedidos de prisão na Lava Jato - Renan, Romero Jucá (PMDB-RR) e o ex-presidente José Sarney, além de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) foram alvos de pedido de prisão por Janot.
Renan também tem declarado que pode aceitar um pedido de impedimento contra o procurador-geral. Padilha não comentou a iniciativa de Renan contra Janot..