São Paulo, 03 - Sem unanimidade na própria bancada, o PSDB pretende reunir seus senadores na tarde desta terça-feira, 3, para discutir o caso do senador afastado Aécio Neves (MG), presidente licenciado do partido, a quem o Supremo Tribunal Federal impôs também o recolhimento domiciliar noturno. O encontro ocorrerá na liderança do partido no Senado, em Brasília.
A defesa e senadores mais próximos a Aécio querem que o Senado leve adiante a votação marcada para as 16h desta terça no plenário, com intenção de rever as restrições ao tucano. Mas nem todos pensam assim. O comunicado da suspensão de Aécio é o primeiro item da ordem do dia.
O senador Ricardo Ferraço (PSDB-ES) diz que votará pela manutenção das medidas impostas pela corte até que os 11 ministros se pronunciem, a partir do dia 11, na ação direta de inconstitucionalidade que questiona se Legislativo deve ser ouvido quando o Supremo decreta cautelares contra parlamentares. "O melhor é aguardar a decisão final do STF. O recurso da defesa de Aécio já indica que o caminho é jurídico e não político. O interesse coletivo deve ser maior que o individual", disse Ferraço.
Mais cedo, a presidente do STF, ministra Cármen Lúcia, recusou recurso da defesa do senador e manteve como relator de dois mandados de segurança o ministro Edson Fachin, visto como refratário às intenções do tucano, porque em decisão anterior afastou Aécio do cargo. Ele também é o relator da ação direta de inconstitucionalidade que vai ao pleno no dia 11 e da Operação Lava Jato.
O PT também discute o caso, desde ontem.
(Felipe Frazão).