A ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal (STF), disse na manhã desta segunda-feira, 5, que o Brasil e o mundo passam por mudanças e que é importante que os direitos fundamentais conquistados não sofram retrocessos. Na avaliação da ex-presidente da Corte Suprema, nota-se, inclusive, uma mudança "perigosamente conservadora" em termos de costumes.
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Cármen Lúcia: única força legitimada a invadir uma universidade é a das ideiasCármen suspende multa a advogado que emitiu parecer em licitação barrada pelo TCUCármen Lúcia suspende ações judiciais em universidadesCármen Lúcia dá autógrafo na cidade natalA ministra participou da mesa "As Mudanças Constitucionais pelo Supremo em 30 anos" no evento "Desafios constitucionais de hoje e propostas para os próximos 30 anos", promovido pela editora Fórum, que publica títulos jurídicos.
Entre as mudanças positivas citadas por Cármen, está a vontade de juízes de mudar a Constituição e a de cidadãos de discutir sobre seus direitos e de exigir o cumprimento de garantias constitucionais. A ministra também defendeu a educação jurídica para os cidadãos brasileiros. De acordo com Cármen, o cidadão poderá ser "realmente livre em sua escolha, em seu pensar e em sua dinâmica" se educado juridicamente.
"Nosso desafio é fazer com que direitos fundamentais, os direitos humanos, os direitos sociais de todos sejam plenamente atendidos. Não é tarefa simples", disse Cármen.
Ao refletir sobre os 30 anos de promulgação da Constituição, a ministra destacou que a população tem o direito de falar o que pensa, mesmo que diga coisas que não estão na Carta. "Essa é uma mudança que esses 30 anos nos mostram com muita tranquilidade."
"O cidadão brasileiro mudou, e mudou para que o som da sua voz fosse ouvido não apenas por ele mesmo.
"Acho que o Brasil nesses 30 anos mudou. O País vinha de um processo extremamente doloroso, de uma ditadura que tinha lutas e lutos. As lutas não acabam, porque democracia e a Justiça são lutas permanentes do ser humano. Constrói-se todo dia a vida de cada um e a vida do Estado. E essa construção é permanente."
Ao encerrar sua fala, a ministra voltou a dizer que não tem pessimismo em relação ao Brasil.