O processo de formação do novo partido para abrigar a dissidência do PSL deverá ocorrer no dia 21, em Brasília. Na reunião realizada nesta terça-feira, 12, quando foi batido o martelo de que o presidente Jair Bolsonaro deixaria o partido pelo qual ele se elegeu, não foi definido se ele assumirá a liderança da nova sigla, batizada de Aliança pelo Brasil. Presente ao encontro, a deputada Carla Zambelli (PSL-SP), afirmou que, embora não tenha sido acertado, o natural é que Bolsonaro assuma também a presidência da nova sigla. "Acho o mais óbvio que ele assuma. Todas as pessoas ficariam mais tranquilas."
Assim como na eleição de Bolsonaro, a ideia é se valer do apoio da tecnologia para colher assinaturas necessárias para a criação da nova sigla, em vários Estados do País. "A gente vai se dividir, muita gente se voluntariou", afirmou a deputada. Na reunião, ficou decidido que os voluntários serão chamados de "aliados". Eles terão a missão de coletar as assinaturas e, simultaneamente, validá-las.
Também ficou definido que o presidente Bolsonaro vai usar redes sociais, dele e de aliados, para chamar pessoas dispostas a atuar na coleta de assinatura para a criação do partido. A meta do grupo reunido hoje no Palácio do Planalto é de que o novo partido já esteja apto para lançar candidatos nas eleições municipais.
Por enquanto, a ideia é de que a executiva do partido tenha 15 integrantes. Zambelli afirmou que, neste momento, cerca de 25 parlamentares do PSL estariam dispostos a ir para o novo partido. "O partido é do presidente Bolsonaro e das pessoas que são fiéis ao que ele sempre defendeu." Haveria ainda outros 10 parlamentares de outros partidos também interessados em ir para o Aliança pelo Brasil.
Políticos que deixarem o PSL, afirmou a deputada, estão conscientes de que perderão tempo na TV, fundo partidário. Mas, para a deputada, esse é um fato menor. Ela argumenta que muitos dos políticos do PSL se elegeram sem essas condições e com financiamentos de campanha por meio de "vaquinhas".
Zambelli disse estar confiante de que o partido poderá ser formado rapidamente. De acordo com ela, Admar Gonzaga Neto, ex-ministro do Tribunal Superior Eleitoral e advogado do grupo, tem avaliação semelhante. Enquanto o novo partido não for formado, afirmou Zambelli, a recomendação dada por Bolsonaro é de que parlamentares do PSL continuem atuando normalmente, participando de comissões..