O presidente Jair Bolsonaro foi empossado em 1º de janeiro de 2019. Desde então, o governo passou por 28 trocas de ministros. Até esta segunda, apenas oito ministros que tomaram posse com Bolsonaro seguem nos mesmos cargos.
Milton Ribeiro ficou como chefe do MEC por 20 meses. Ele teve mandato mais longo da pasta. Antes dele, Abraham Weintraub havia permanecido no cargo por 14 meses.
O ex-ministro era conhecido pelas declarações polêmicas contra os mais variados alvos, do educador Paulo Freire (1921-1997) à China, passando por desafetos políticos, jornalistas, especialistas em educação, o presidente francês Emmanuel Macron e, com especial virulência, reitores, alunos e professores de universidade federais.
As universidades de Rosario, na Argentina, e de Wüppertal, na Alemanha, negaram que ele tivesse títulos de doutor e pós-doutor, respectivamente, pelas instituições. Decotelli alterou o currículo.
O pastor
Ribeiro estava no centro de uma crise no MEC, que se intensificou na semana passada. O jornal "Folha de S. Paulo" revelou um áudio que mostra o ministro, em uma reunião com prefeitos, dizendo que, a pedido de Bolsonaro, repassa verbas do ministério a municípios escolhidos por pastores.
Depois da divulgação dos áudios, também começaram a surgir denúncias de prefeitos de que os pastores favorecidos no MEC cobravam propina dos municípios para a liberação das verbas.